Esta terça-feira (16) ficou marcada na história recente da política do Alto Tietê como o dia em que o Ministério Público expôs a íntima relação que o PCC mantém com o poder público em diversas cidades paulistas. Comandada pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a Operação Munditia cumpriu 47 mandados de busca e apreensão, prendendo 14 pessoas; dentre elas, o vereador de Ferraz de Vasconcelos Flavio Batista de Souza, (PODE), o Inha.
Segundo a decisão judicial em que a juíza Priscila Devechi Ferraz Maia autoriza a operação, à qual a GAZETA teve acesso, a investigação indica que o político, que já presidiu da Câmara Municipal ferrazense, teria supostamente recebido propina para favorecer empresas ligadas à facção em processos licitatórios no município. Vale ressaltar que este é apenas um passo de uma investigação ainda em andamento.
O documento aponta, contudo, que ele teria participado da atividade criminosa em mais de uma ocasião. Com base em áudios e mensagens de texto interceptados pelos investigadores, a magistrada entende que há indícios que “ele trata diretamente com o dono das empresas contratadas pela Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos com repartição de valores e, diante de sua influência, atua como recebedor dos repasses escusos do grupo criminoso”.
Assim como todos os alvos da operação, a prisão de Inha é temporária, ou seja, com validade de cinco dias, a menos que haja prorrogação ou decretação de prisão preventiva.
Além dele, outros dois vereadores foram presos, sendo eles Luiz Carlos Alves Dias (MDB), o Luizão Arquiteto, de Santa Isabel, e Ricardo de Oliveira (PSD), o Ricardo Queixão, de Cubatão.
A reportagem não conseguiu contato com a equipe do vereador. Procurada, a Câmara Municipal de Ferraz disse que “não vai emitir nenhuma nota sobre o assunto”.