Aqueles que encamparam a incansável luta, desde 2021, contra a implementação de pedágios na Mogi-Dutra perderam a guerra no último dia 16. Essa foi a data em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) concluiu o leilão para a concessão, por 30 anos, de 213 km de rodovias do Lote Litoral Paulista, que liga o Alto Tietê ao litoral, vencido pelo consórcio “Novo Litoral”, liderado pela CBI (Companhia Brasileira de Infraestrutura).
Realizada pelo modelo de PPI (Programa de Parcerias em Investimentos), a concessão prevê uma série de obras de infraestrutura na região como contrapartida aos três postos de cobrança que serão implantados na Mogi-Dutra, na Mogi-Bertioga e na Rodovia Padre Manuel de Nóbrega. Ao todo, o projeto prevê um investimento de R$ 4,3 bilhões por parte do Consórcio.
Em agosto de 2023, quando o assunto voltou à baila de forma oficial, o prefeito de Arujá, Luis Camargo (PSD), o Dr. Camargo, disse à GAZETA que, mesmo se colocando terminantemente contra os pedágios, lutaria por contrapartidas mais vantajosas à sua cidade caso o processo fosse inevitável, como foi.
De acordo com o contrato, o trecho da SP-88, a Mogi-Dutra, que corta Arujá vai receber a duplicação de uma faixa de 1,35 km que a interliga à SP-55, a Rodovia Alberto Hinoto, além da construção de uma passarela no km 37 e alguns pontos de ônibus. A GAZETA, portanto, voltou a questionar Dr. Camargo sobre o tema, durante a coletiva de imprensa realizada pela prefeitura arujaense, na manhã da sexta-feira (26), sobre a 1ª AExpo (pág.7).
Perguntado se se considera satisfeito, o prefeito disse que, em relação às obras, “o que falta ser feito é isso, também não adianta querer enfeitar o pavão”, e completou: “O que falta a Mogi-Dutra se tornar mais interessante, segura, reduzir o trânsito, é isso. Com as obras nós estamos satisfeitos; não estamos satisfeitos com o pedágio.” “Eu não consigo nem mensurar, de tão pequeno que é, o percentual das obras de Arujá em relação ao todo, só que na hora de cobrar nós estamos em partes iguais”, disparou.
Dito tudo isto, os esforços agora estão voltados a amenizar o “choque” aos arujaenses em dois pontos: que as cobranças só iniciem quando, ao menos, as obras tenham começado, e que haja algum benefício aos moradores e empresas dos bairros que a SP-88 corta.
“O prefeito de Bertioga não vai gostar, mas faz sentido você pagar pedágio para ir à praia, agora não é compreensível pagar pedágio para ir à faculdade, ao hospital. Não é. Então, que pelo menos essa população adjacente que usa a rodovia como se uma avenida fosse, tenha algum cadastramento dos veículos para não pagarem suas idas e voltas”, justificou.
A GAZETA se manterá atenta ao caso e, nas próximas edições, trará atualizações.