Entre os dias 5 e 9 de junho é celebrada a Semana Mundial do Meio Ambiente, designada a colocar em pauta as questões ambientais e alertar à população sobre a urgência do assunto. Em 2023, no entanto, o Brasil chega à data amargando uma retumbante quebra de expectativa, além de – por ironia do destino ou não – uma sequência de derrotas políticas dignas de entrarem para a história da sempre combalida luta ambiental.
Depois de quatro anos em que a “boiada” se via livre para causar a devastação que lhe conviesse, o ambientalismo brasileiro contemplou faíscas significativas de esperança com o retorno de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente e a criação da Pasta dos Povos Indígenas sob a égide da líder indígena Sonia Guajajara, além de deleitáveis imagens de máquinas utilizadas para o garimpo ilegal sendo explodidas.
Acostumados a taxar o bolsonarismo como “inimigo do meio ambiente” – e com razão –, o movimento aparentemente não se atentou para a possibilidade de fogo amigo que se concretizou nesta semana, quando o próprio governo optou por sacrificar poderes das já citadas ministras na MP dos Ministérios, lhes retirando órgãos e atribuições fundamentais para seu pleno funcionamento.
Lula foi eleito empunhando ferrenhamente a bandeira “verde” e em defesa dos povos originários, mas o desmonte dos ministérios, aliado à falta de articulação para impedir a aprovação do famigerado Marco Temporal, mostram uma falta de compromisso imperdoável com o tema. A boiada está passando. E agora, Luiz?