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Espaço Iauê: pólo de cultura indígena é símbolo de resistência no Alto do Tietê

Com cinco anos de atuação na região de Poá, local oferece diversas atividades para a comunidade, como oficinas de pintura natural, bioconstrução e horta
Índígena kayapó e pataxó realizando bioconstrução no Espaço Iaue I Foto: Divulgação

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Um dos municípios com menor território no estado de São Paulo, Poá, na região do Alto do Tietê, foi considerado nos anos 70 uma estância hidromineral devido ao alto teor de radioatividade da água encontrada ali e suas qualidades fisioterápicas. Ainda que este título tenha sido revogado recentemente, Poá continua sendo um município de interesse turístico (MIT), que guarda nascentes cristalinas em seus limites. Uma delas fica no Espaço Iauê, que desde 2019 promove a cultura, a arte e a diversidade na periferia da cidade. 

Abrigadas pela Lei Paulo Gustavo do Estado de São Paulo, as idealizadoras do espaço Iauê e os membros da comunidade de Poá, revitalizaram o terreno, que estava abandonado há três décadas e há cinco anos, iniciaram os trabalhos de restauração, transformando um antigo depósito de lixo em um amplo local de convivência em meio à natureza.

Apoiado pela legislação estadual, o projeto é um ponto de cultivo de culturas originárias e recebeu recentemente os indígenas pataxó da Aldeia Pequi, em Cumuruxatiba, extremo sul da Bahia, para compartilhar saberes ancestrais e técnicas de bioconstrução tradicional.

Além disso, o projeto também realiza plantações de espécies nativas e oferece oficinas educativas para as escolas locais, de maneira a fortalecer os laços entre a comunidade e suas raízes culturais. Para os pataxós Edilson, Peroba e Pajé, o projeto tem como missão preservar o meio ambiente e promover a cultura ancestral. 

Histórias que se cruzam

Na região, além do Espaço Iauê, estão presentes também o Terreiro Cazuá da Vó Maria, que oferece orientação e apoio à comunidade local, e o Varandana, espaço coletivo de arte e cultura – estes dois, com mais tempo de atuação.

“Nosso projeto visa unificar esses encontros, construindo pontes entre culturas, compartilhando sabedoria e celebrando a diversidade”, relata Ana Pires. Uma das características mais notáveis do Iauê é o seu compromisso com o histórico cultural da região: é um local onde o passado e o presente se entrelaçam em busca de um futuro mais harmonioso. “Essa integração de diferentes saberes ajuda a combater a exclusão social, criando oportunidades de participação na vida pública, cultural e econômica de Poá”, completa Ana.

Com diversas atuações e em consonância com outros projetos da região, o Iauê engloba uma ampla gama de indivíduos e grupos que convivem harmonicamente no mesmo chão – “Queremos levar lazer, educação e bem-estar tanto para os moradores da região quanto para aqueles de fora que vem nos visitar”, finaliza Ana Pires.

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