Há dois anos, quando na campanha ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) veio a Mogi das Cruzes e, quando questionado, disse que manteria a ideia de instalar um pedágio da rodovia SP-088, a Mogi-Dutra, como estava, derrotada pela vontade popular do Alto Tietê. Com isso, conquistou mais de 90 mil votos na cidade, vencendo o pleito nela e em outras cinco da região.
Tal qual os gregos nos contos de Homero, que presentearam o reino de Troia com um cavalo recheado de soldados, uma vez convidado a entrar no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio soltou as feras privatistas e, por falta de um, aprovou a instalação de dois pedágios na rodovia, além de outro na Mogi-Bertioga.
A fome voraz do “tarcisismo” se alastra por todo o estado, em diversas áreas. De rodovias à Sabesp, a CPTM e até escolas. Nesta semana, o governador carioca de São Paulo fixou base na sede da B3, a Bolsa de Valores, para a “Maratona de Leilões”, na qual fará, até o dia 28 de novembro, uma série de “vendas” de serviços públicos.
Os contratos ocorrem no modelo de PPI (Programa de Parcerias em Investimentos), ou seja, as empresas compradoras têm de fazer uma série de compensações, em forma de obras na maior parte das vezes, para exercer a concessão. O processo, porém, tem sido tocado de forma confusa, sem projetos claros, e sem levar em consideração as opiniões dos afetados, mesmo que descontentes com as contrapartidas.
No estilo “o gerente ficou louco”, o lema escrachado do governo é “vamos vender tudo”. Entre gregos e troianos, nessa queima de estoque, arderam todos.