A quase bipolar relação do governo do Estado com a região do Alto Tietê é das coisas mais estranhas que se tem notícia na política. Se o assunto for Saúde, a estranheza fica ainda maior. E quem deixa essa impressão são os próprios prefeitos que hoje ocupam as cadeiras. Nem todos expressam aberta e publicamente, mas a maioria passou muito tempo incomodada com o distanciamento do governador carioca de São Paulo, Tarcísio de Freitas e, principalmente, com o isolamento de seu secretário, Eleuses Paiva.
Nesta semana, o presidente do Condemat e prefeito de Salesópolis, Vanderlon Gomes, expressou esse descontentamento de forma mais veemente. Nas palavras dele, “infelizmente o secretário estadual não trata a região [do Alto Tietê] com o respeito que nós merecemos. Nós temos sete hospitais regionais, está sendo construído mais um hospital no município de Arujá, mas só os prédios, porque o que a gente mais pede, infelizmente, não estamos sendo ouvidos, não estamos sendo atendidos”.
Questionada por esta Gazeta sobre os motivos pelos quais o secretário Paiva não atende os prefeitos, a assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde desconversou. Nesta sexta, no entanto, o governador recebeu a prefeita eleita de Mara Bertaiolli e garantiu que agora a cidade vai começar a viver uma nova era. A população de Mogi agradece.
Mas, afinal, se o problema do governador é com os atuais prefeitos, é justo que a população das dez cidades de uma das maiores e mais importantes regiões do Estado pague o preço?