Nos últimos dias o instituto AtlasIntel divulgou os resultados da última pesquisa de opinião pública que fez com dados sobre diversos aspectos. Atentamo-nos, portanto, a um ponto específico do levantamento: os maiores problemas do Brasil.
Segundo o instituto, 60,8% dos brasileiros apontam, disparadamente, a criminalidade e o tráfico de drogas como as maiores chagas enfrentadas no país, seguidas pela corrupção, citada por 50,2% da população. Quase 30 pontos percentuais abaixo, com apenas 23,6% das menções, aparece a pobreza e a desigualdade social.
Os dois “vencedores”, é claro, são problemas gigantescos, que todos os dias afetam a vida e o bem-estar do nosso povo. Erram, no entanto, aqueles que se recusam a ver a origem deles.
O fenômeno da violência, principalmente nos centros urbanos, está diretamente ligado à desigualdade e à pobreza. Não de forma que toda pessoa pobre cometa crime, mas sim que o crime organizado se alimenta, como um parasita, da vulnerabilidade social e dos abandonados pelo Estado, além de cooptar jovens que, ao aspirar um estilo de vida que não tem condições de ter, enxergam no tráfico uma saída.
A corrupção segue o mesmo caminho. Ela azeita as engrenagens de uma máquina perversa de moer gente, onde o de cima sobe e o de baixo desce, já dizia o poeta.
Não dar a devida importância, enquanto sociedade, ao enfrentamento às desigualdades sociais foi o que nos trouxe até aqui, abrindo margem a populismos baratos que não resolvem o problema, apenas o agravam. E continuara levando, até sabe Deus onde.