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Queda no setor automotivo

Na última semana tivemos mais uma onda de demissões, desta vez o “massacre” foi no setor automotivo
Foto: Divulgação

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Conforme a empresa, essa ação foi necessária por conta do enfraquecimento de vendas no setor.

Isto é reflexo da elevada carga tributária, inclusive no próprio setor automobilístico, onde os tributos representam aproximadamente 50% do valor final do bem, enquanto nos países desenvolvidos a taxa é de 20%.

Também devemos pensar na evolução de preços. A pouco menos de três anos, um veículo popular custava em torno de R$ 33 mil, hoje o mesmo modelo supera R$ 66 mil, ou seja, ele aumentou 100%, enquanto a renda média da população acompanhou apenas a inflação.

Detalhe: na formação de preço desse bem, 50% é composto por impostos.

Os preços aumentaram muito no período, e o poder de compra das famílias sofreu deterioração.

Renda média

Temos um problema estrutural no Brasil, que é a renda média muito baixa.

O salário médio dos brasileiros no trimestre encerrado em fevereiro de 2023 ficou em R$ 2.853,00. No mesmo período de 2020, o salário médio era mais alto: R$ 2.878,00, ou seja, queda de -0,88%.

Possíveis causas

Em primeiro lugar, apesar de tantos esforços, ainda vivemos na Belíndia de Edmar Bacha. Uma conjunção entre a Bélgica e Índia, temos leis e impostos da Bélgica, com a realidade social da Índia.

Através desse termo ele desejava mostrar a imensa desigualdade social existente no Brasil.

Informalidade

Apesar de todos os esforços realizados pelo governo para o fortalecimento do Micro Empreendedor Individual (MEI), a taxa de brasileiros vivendo na informalidade segue em alta.

Até agosto recente, existiam 38 milhões de trabalhadores na informalidade, esse número nos mostra que 39% da mão de obra é informal. Quase metade dos brasileiros trabalhando de maneira informal, e a consequência disto é a redução do salário médio.

Custo

A mão de obra nacional ainda apresenta baixa qualificação, não obstante, ela é muito cara, o salário bruto representa a menor fatia do custo.

Consoante o que vimos acima, fica difícil para uma montadora se manter no Brasil, mesmo tendo uma margem de 10%, enquanto a média mundial não passa de 5%.

Diante de tantas dificuldades, as grandes empresas começam a repensar se realmente é interessante manter suas plantas industriais por aqui.

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Economista formado na PUC/SP

Reportagens - 35
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