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Polícia Civil prende homens que mataram jovem por notícia falsa em Suzano

Vítima foi espancada até a morte em praça pública, acusado de matar cachorros, mas era inocente; relembre outras vítimas das ‘fake news’
Após investigação, Polícia confirma que Rafael dos Santos Silva era inocente
Após investigação, Polícia confirma que Rafael dos Santos Silva era inocente - Foto: Reprodução

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Nesta terça-feira (30), o SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Mogi das Cruzes prendeu seis dos responsáveis pela morte de Rafael dos Santos Silva, espancado até a morte por conta de uma fake news espalhada por seu bairro, em Suzano, inclusive com apoio de políticos locais, de que teria matado cachorros. O caso ocorreu no dia 17 de dezembro.

Rafael, ao que consta, acabou se tornando o principal suspeito dos atentados aos cães por ter dado declarações de que não gostava dos animais. Antes mesmo, porém, de ter a confirmação de sua culpa, foi julgado pelo tribunal das ruas e teve a pena executada em pleno meio-fio da Estrada do Tanaka, na Estância Americana.

De acordo com o relatório assinado pelo delegado titular do SHPP, Rubens José Ângelo, a causa da morte foi “traumatismo cranioencefálico, provocado por agente contundente”, ou seja, golpes fortes na cabeça. Vídeos do espancamento que circulam nas redes sociais mostram que os carrascos utilizaram até uma pá de construção como instrumento.

Após investigação, a polícia chegou às prisões de Jean Maia, Valtinei Ribeiro de Moraes, Luan Amaral Luciano, José de Souza Duarte, Alean de Carvalho Duarte Alves e Toni Ramos de Abreu. Um sétimo integrante do grupo, identificado como Fabiano de Farias, também foi indiciado, mas não foi encontrado, continuando foragido.

Notícias falsas matam

Com a Internet, casos como o de Rafael tem se tornado cada vez mais comuns. Com as redes sociais e enfraquecimento do jornalismo profissional, as chamadas Fake News se espalham com grande rapidez e agressividade, formando opiniões contundentes de público sobre fatos que nunca ocorreram ou ocorreram de forma diferente do noticiado.

Relembre, portanto, outros casos em que as mentiras deixaram vítimas fatais:

1. Caso ‘Choquei’

Também em dezembro de 2023, a página de fofocas ‘Choquei’, uma das maiores do ramo e conhecida pelo desleixo na apuração de suas publicações, acabou entrando para as “páginas policiais” após o suicídio de Jéssica Vitória Canedo, 22.

De acordo com a família e pessoas próximas, a jovem não suportou as críticas e ameaças que recebeu após ter seu nome divulgado pela página como um suposto affair do comediante Whindersson Nunes. Ambos negaram sequer já terem se conhecido.

Incomodadas com a repercussão da “notícia”, a jovem e sua mãe, à época, publicaram textos pedindo que parassem os ataques e que a página apagasse a postagem. Como resposta, a Choquei, diante de seus 6,7 milhões de seguidores no X, antigo Twitter, e 20,6 milhões no Instagram, negou e ironizou o pedido.

No dia 22 de dezembro, Jéssica atentou contra a própria vida.

2. A “Bruxa” do Guarujá

Antes mesmo do termo “fake news” ser cunhado, Fabiane Maria de Jesus, morta aos 33 anos de forma parecida com Rafael, porém com mais algozes. Em 2014, ela foi brutalmente agredida por uma multidão que a tinha como suspeita de sequestrar crianças para supostos rituais de magia negra.

O boato se tornou fatalmente real após a página “Guarujá Alerta”, que tinha 56 mil seguidores na ocasião, fez uma postagem denunciando a suposta sequestradora com um retrato-falado, que se tratava de um caso ocorrido no Rio de Janeiro dois anos antes, e uma foto de uma mulher loira. Nenhuma das imagens se referia a Fabiana.

O engano foi descoberto tarde demais. Depois de espancada por dezenas, Fabiana morreu após dois dias de internação no Hospital Santo Amaro.

O caso serviu de inspiração para a personagem Brisa, interpretada por Lucy Alves, na novela Travessia, da Rede Globo.

3. Escola Base

Diferente dos tratados acima, o caso da Escola Base não ocorreu com a impulsão da internet. Uma das histórias mais importantes de erros fatais no jornalismo brasileiro, a destruição das reputações e das vidas dos acusados se tornaram símbolo do poder nocivo que uma notícia mal apurada pode ter.

Em 1994 uma professora, seu marido e os donos da Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo, foram acusados de abusar sexualmente de crianças. Com uma gigantesca atenção midiática, a investigação foi conduzida pelas manchetes de jornais, que já haviam condenado os suspeitos.

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