Luiz Inácio Lula da Silva é um gênio político. Como todo personagem presente no panteão que integra, dos maiores líderes populares da história da humanidade, seu legado é ambíguo, arrastando multidões para enaltece-lo e execrá-lo na mesma medida. Com amor ou ódio, é impossível, portanto, negar sua genialidade.
Reconhecido em todo canto do mundo, o atual Presidente da República, no auge de seus 78 anos de idade, chegou ao cargo mais alto do país pela terceira vez, mesmo com todas as graves acusações de corrupção que enfrentou na última década, amargando inclusive 580 dias de prisão. Feito alcançado por poucos no mundo; nenhum no Brasil.
Sem qualquer juízo de valor, fato é que Lula é uma máquina eleitoral, impossível de ser ignorado, o que dificulta também que seja superado, deixando assim um vácuo de herdeiros no campo progressista.
Maior responsabilidade por isso é do próprio Lula, que atua há décadas com afinco para, com sobras de cinismo, desmoralizar ou inviabilizar qualquer um que lhe faça sombra. O exemplo mais recente ocorreu nesta semana, quando o mandatário não perdeu a oportunidade de neutralizar Flávio Dino, seu ministro mais popular até o momento, lhe indicando ao STF.
Assim ganha, ao mesmo tempo, um aliado do Supremo e um adversário a menos em seu campo. Dois coelhos com uma cajadada só.
Sem mencionar o que foi feito nas últimas duas eleições com Ciro Gomes.
Habilidoso como poucos, Lula acaba por se tornar um grande pinheiro, ou seja, árvore que espalha suas raízes de modo que nada consegue florescer por perto.
