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O “fenômeno das supermadres” no poder político

Da argentina Isabelita Perón a brasileira Dilma Rousseff, a América Latina teve apenas 11 mulheres a chegar à presidência da República, sendo somente sete pelo voto direto. O número, além de baixo tendo em vista que o percentual de mulheres é maior na sociedade, reflete o que a escritora Elsa Chaney definiu como “fenômeno das supermadres” para designar a participação política feminina na América Latina e que também se reproduz no Alto Tietê, impondo a necessidade de desmistificar o ilusionismo por trás do assunto.

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Por Gisleine Zarbiettis / Arte: Giovanna Figueiredo

Da argentina Isabelita Perón a brasileira Dilma Rousseff, a América Latina teve apenas 11 mulheres a chegar à presidência da República, sendo somente sete pelo voto direto. O número, além de baixo tendo em vista que o percentual de mulheres é maior na sociedade, reflete o que a escritora Elsa Chaney definiu como “fenômeno das supermadres” para designar a participação política feminina na América Latina e que também se reproduz no Alto Tietê, impondo a necessidade de desmistificar o ilusionismo por trás do assunto.

Mesmo com duas mulheres tendo sido eleitas prefeitas na última eleição em um total de dez cidades, o avanço ainda que tímido da representatividade feminina na política do Alto Tietê está associado a um forte vínculo a figuras masculinas. Na prática, significa que a presença da mulher no poder político ainda não superou a condição de subserviência ao machismo.

O termo “supermadres” é uma denominação irônica para dizer que a participação das mulheres na vida pública se limita a extensão de seu papel em seus lares. Isso faz com que assumam uma identidade através de sua relação com homens – velhos “caciques” da política – seja no papel de esposas, as “supermadres”, qualquer outro grau de parentesco ou condição de subordinação masculina.

Não significa que as mulheres ainda não começaram a exercer um poder real na política. Também não traz qualquer indicativo de incapacidade por parte delas, nem mesmo as nivela a seus mentores ou pressupõe qualquer inferioridade. A questão versa sobre a formulação de políticas públicas, que ainda acontece a níveis baixos.

O Alto Tietê parece não fugir dessa regra. O histórico de eleitas, além de enfatizar uma identidade associada a laços sanguíneos, instituições matrimoniais e outros vínculos de subordinação masculina, não traz indicativos de avanços na defesa de pautas de gênero. Áreas como saúde, educação e assistência social, que ancoram a figura das “supermadres”, são os principais alvos na formulação de políticas e ainda assim ocorrem a níveis insatisfatórios no tocante à abordagem feminista. Essa realidade evidencia uma necessidade: a de que as mulheres ainda precisam construir uma identidade própria, isenta a amarras masculinas, para que possamos avançar na legislação de gênero.

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