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Massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, completa cinco anos

Sobrevivente que lutou com assassino está determinada a fazer a diferença
Rhillary Barbosa, 20 anos, em frente ao cenário da tragédia I Foto: Cecília Siqueira

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Quarta-feira, 13 de março de 2024, completou cinco anos da tragédia na Escola Estadual Raul Brasil que marcou a cidade de Suzano. Apesar da fatalidade que ceifou a vida de pessoas inocentes e deixou famílias devastadas, foi preciso de resiliência e muita força para continuar.

Entre as cenas que mais chocaram o país, está a de uma menina que lutou contra um dos atiradores para sobreviver. Rhillary Barbosa, hoje com 20 anos, é uma das sobreviventes da tragédia.

Com quinze anos, na tentativa de sair da escola ainda com vida, deu de cara com um dos atiradores, com quem teve uma luta corporal que durou alguns segundos, mas graças as aulas de Jiu Jitsu, conseguiu se estabilizar e fugir na primeira oportunidade que teve.

“Quando eu fui sair e ele me segurou, a única coisa que eu conseguia pensar é que eu não iria mais conseguir sair da escola. No momento em que ele segurou os meus braços e começou a me dar vários ‘murros’, eu tive a certeza absoluta de que eu iria morrer”, disse Rhillary.

            Segundo ela, após o fato, foi preciso de duas semanas para entender o que realmente havia acontecido. Durante esses quinze dias, ficou totalmente apática, sem conseguir sentir qualquer sentimento e, quando finalmente tomou consciência, ela diz ter “pulado em um abismo”, precisando de anos para se reerguer novamente.

            Neste momento, a falta de recursos foi um dos fatores impeditivos para fazer um acompanhamento psicológico. Além disso, apesar de ela reconhecer que precisa, a ideia de se aprofundar cada vez mais em sua própria mente e enfrentar os seus problemas lhe causam medo. Com isso, Rhillary conta que precisa conviver com muita coisa que assombra, faz ter pesadelos, terror noturno e não a deixa dormir por vários dias.

            Entretanto, apesar de toda dificuldade, ela conta que a determinação ensinada por sua mãe foi um fator indispensável para que ainda houvesse vida após o massacre. “A palavra que resume é determinação. Eu sempre tive comigo que ou você senta e chora, ou você se move e faz acontecer”, disse.

            Com isso, depois de passar todos esses anos tentando se manter em completo anonimato para guardar tudo o que aconteceu apenas para si, ela entendeu a importância de falar sobre a segurança nas escolas:

 “Eu entendo que isso é necessário para que não aconteça mais tragédias, porque quantos adolescentes, quantas pessoas inocentes mais vão morrer até as pessoas darem atenção para isso. De lá para cá eu não vi mais nada acontecendo, não vi as pessoas reforçando segurança em escolas, falando sobre a necessidade de segurança e da defesa pessoa, e eu quero fazer a diferença nisso”, conta Rhillary.

            Dessa forma, a sobrevivente quer instalar aulas de Jiu Jitsu em escolas sem que as pessoas tenham que pagar por isso, pois o intuito do projeto é que cada indivíduo tenha autonomia e possa defender a si mesmo e as suas famílias. Além disso, Rhillary também começou a estudar sobre assuntos sociais para tentar entender o que leva uma pessoa a fazer esse tipo de coisa.

           A necessidade que eu tenho de falar sobre isso é poder realmente fazer a diferença. Tem uma frase que eu e o meu professor sempre falamos, que é: ‘o mundo se move quando eu me movo’, então, não adianta eu sentar e chorar, o que eu posso fazer agora, o que está no meu alcance agora é correr atrás para que esse tipo de coisa nunca mais venha acontecer e tentar pelo menos diminuir a violência dentro de escolas, violências domésticas e bullying”.

Por fim, ela conta que após a tragédia tiveram várias promessas de ajuda, porém, apenas o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiushi (PL) e a Fundação Pitágoras contribuíram para que ela pudesse concluir o ensino médio, mas na medida do possível, é preciso continuar.

Para assistir a entrevista na íntegra, acesse o nosso canal do Youtube e confira todas as informações.

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