Vereadora afirma que a prefeitura de Poá demonstra despreparo para lidar com o tema
Por Lailson Nascimento / Foto: Eder Cruz – Divulgação
Eleita sob a bandeira da militância contra os maus-tratos aos animais, a vereadora de Poá Jilmara Quirino dos Santos (Avante), a Jilmara Kirino Protetora, entende que a gestão chefiada por Marcia Bin (PSDB) está despreparada para lidar com esse tema. Depois de três meses desse novo mandato, a parlamentar avalia que a prefeitura ainda não teve ações suficientes para amenizar os problemas relacionados aos animais.
Em conversa com a reportagem, Jilmara começou reconhecendo as readequações realizadas no Cebeap (Centro de Bem Estar Animal de Poá), mas ressaltou que isso é insuficiente. Ao ser questionada a respeito da forma como a gestão de Marcia Bin vem tratando a causa animal, a vereadora foi enfática: “Não estou contente.”
“Houve uma iniciativa por parte dessa gestão, até mesmo em função da nova veterinária contratada, a senhora Alessandra, que já trabalhou em uma gestão anterior e fez um bom trabalho. Com o retorno dela, acredito que haverá um bom trabalho também, porque ela está como coordenadora. Mas falta uma atenção especial às denúncias de maus-tratos, que estão paradas. Quando a gente tem alguma demanda, a resposta é que o Poder Público não poderá fazer nada no momento, por questões da estrutura do Cebeap. Esse setor nunca teve um olhar especial por parte do Legislativo e do Executivo”, destacou a parlamentar.
No início do mandato, Jilmara destinou uma emenda impositiva de R$ 134 mil à prefeitura para a reforma do Cebeap, e aguarda a realização da obra. Enquanto isso, os animais sofrem em meio às más condições do prédio. “Se o local é para o bem-estar animal, ele tem que fazer jus ao nome”, criticou a vereadora.
Jilmara também se lembrou de outra emenda impositiva, no valor de R$ 80 mil, para a aquisição de um veículo equipado para atender ocorrências, para não ter mais recusas para averiguação de denúncias de maus-tratos. A vereadora também aguarda a aplicação da emenda.
“Na verdade essa questão das denúncias se complicou. Antes eram feitas no próprio Cebeap, mas agora estão sendo registradas na ouvidoria, onde não há pessoas preparadas para responder o munícipe. Tanto que teve uma senhora que entrou em contato comigo referente à uma situação de maus-tratos e encaminharam ela direto para a delegacia. Mas antes existia uma avaliação técnica dos casos antes de mandar para a delegacia.
A gente recebe uma média de cinco denúncias entre um dia e outro, de animais abandonados, maus-tratos, animais acorrentados, suspeitas de doenças. Precisamos de mais atenção nesse sentido”, concluiu.