No dia 25 de janeiro, o 35º BPM (Batalhão de Polícia Militar), responsável pelo policiamento na cidade de Itaquaquecetuba, teve uma troca em seu comando, com o Tenente-coronel PM Alexandre Vasconcelos tendo sido transferido para o CPAM-12 (Comando de Policiamento da Área Metropolitana) e dando lugar do Tenente-coronel PM Marlon Luiz de Souza da Silva, que, nesta quinta-feira (15), recebeu a GAZETA para uma entrevista exclusiva sobre a segurança pública na cidade.
Durante a conversa, ele falou sobre a atuação que a Guarda Civil Municipal tem tido, a melhora nos indicadores criminais da cidade e o trabalho que vem sendo executado pela tropa de mais de 250 policiais que comanda.
Confira:
GAZETA: Qual a trajetória que o senhor percorreu até chegar ao comando do 35º BPM?
Tenente-coronel Marlon: Eu ingressei na Academia de Polícia Militar do Barro Branco em 1990, como aluno oficial, no curso preparatório de oficiais, e lá eu fiquei por cinco anos. Em 1994 concluí o curso de oficialato, que é o bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Então, você já vê que faz um tempo que eu sou policial.
Fui promovido a tenente-coronel em agosto de 2020, trabalhei no 29º [BPM], que pega a região de São Miguel; depois eu trabalhei no 39º, que a referência é o estádio do Corinthians, a Neoquímica Arena; de lá vim trabalhar no CPA-M12, em 2020, 2021; e posterior fui para o 32º, trabalhar em Suzano, Poá e Ferraz. Aí eu retornei pra Mogi e agora estou aqui.
GAZETA: Qual o motivo para a troca no comando do 35º BPM?
Ten. Cel.: Porque a Polícia Militar, o comando geral, sempre tem as promoções, em maio, agosto e dezembro, sempre tem alguma movimentação. Por questão estratégica, às vezes é interesse do oficial estar mais próximo de onde ele mora, etc.
No caso aqui, o anterior aqui era o Tenente-Coronel Vasconcelos, que é o mais antigo dos Tenentes-Coronéis, então ele foi para o CPA-M12, já que sempre ele está assumindo quando há necessidade, então ele está como chefe do Estado-Maior lá agora.
GAZETA: O senhor assumiu aqui em janeiro, qual foi a sua primeira impressão?
Ten. Cel.: Itaquaquecetuba é uma cidade periférica, faz divisa com São Paulo, mas os dados aqui são positivos, os policiais daqui trabalham, desempenham a função, muito bem.
GAZETA: O que foi feito nesses dois anos para que se chegasse a essa diminuição?
Ten. Cel.: Foram feitas muitas operações, inclusive com apoio de unidades da capital, como o 1º Batalhão de CHOQUE, o Canil, a Cavalaria, o Trânsito, então essa sinergia tem ajudado a, como a gente fala, esse criminoso migrar. O bandido escolhe o local que seja mais atrativo e quando ele vê que ‘ali’ tem tido muito policiamento, ele vai para outro local. Itaquá não está atrativo para eles.
GAZETA: Nos últimos anos, a GCM de Itaquá tem ganhado certo destaque na cidade, o senhor acha que isso ajuda?
Ten. Cel.: Eles fazem o que a gente chama de “parte primária”, que é essa de posicionar, ficar em locais de fácil visão para poder inibir a ação criminosa.
Eu acho positivo, ajuda bastante, principalmente, em escolas, prédios municipais e esse posicionamento que eles fazem em locais movimentados e estratégicos, ajuda imensamente.
GAZETA: Qual tipo de crime o senhor diria que é o maior problema de Itaquá?
Ten. Cel.: Ah, são os roubos, o que a população sente mais, de celular, carteira, veículos também, o assalto. O maior problema meu é o assalto. Mas mesmo assim, como eu falei, tivemos uma diminuição boa comparando os últimos dois anos.
GAZETA: Mas, pensando em 2024, quais as expectativas? Alguma mudança que pretenda fazer?
Ten. Cel.: Olha, os números estão bons, então eu pretendo dar uma continuidade nesse trabalho, as operações, a sinergia com a Guarda Municipal, para a gente continuar nesse ritmo de diminuição dos números e aumento da sensação de segurança.
Além do combate ao crime, a gente também faz trabalhos de prevenção ao uso de drogas, como o PROERD, que é o programa educacional de combate às drogas e à violência nas escolas, tem também o ‘Vizinhança Solidária’, que é um programa que visa conscientizar a população a se unir nos bairros, de os vizinhos se comunicarem caso vejam algo suspeito para se proteger até que a polícia possa agir, também para trazer a comunidade para nosso lado.
GAZETA: No ano passado, quando ocorreu o Rodeio, houve um certo conflito entre o poder político municipal e o comando do 35º BPM à época, inclusive com o Tem. Cel. Vasconcelos tendo sido convidado a depor na Câmara Municipal e não comparecendo. O que houve? A situação foi resolvida?
Ten. Cel.: Olha, nós estamos de portas abertas para o poder político, para a Prefeitura, a Câmara, ONGs. O que aconteceu ali foi um fato pontual que, enfim, causou todo um problema, mas já foi resolvido. Foi um desgaste desnecessário, mas não abalou nada, vamos dar continuidade ao trabalho.