A tragédia anunciada da letalidade policial em São Paulo atinge um novo capítulo com o indiciamento de três policiais militares por execuções durante a Operação Verão 2023/2024. As mortes, agora reconhecidas pela Justiça comum como casos com indícios de execução, não são eventos isolados. São parte de um padrão preocupante de atuação da Polícia Militar sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas e seu secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Segundo a própria Secretaria de Segurança Pública, o número de mortes pela polícia em 2024 é o maior em mais de uma década, com 814 vítimas, representando um aumento de 61,5% em relação ao ano anterior. Isso se traduz em uma média estarrecedora de duas pessoas mortas por dia pelas forças de segurança do Estado. Sob o comando da dupla, o total de mortos chegou a 1.318 em apenas dois anos.
A Operação Verão, que foi a segunda mais letal da história da polícia paulista, com 56 mortes, foi um reflexo direto dessa política de confronto. O discurso de “mão firme” contra o crime não pode ser desculpa para o Estado se tornar o principal agente de violação de direitos. O governador Tarcísio precisa ser responsabilizado por essa escalada de letalidade. A sociedade paulista não pode aceitar que a polícia, financiada com recursos públicos, atue como um grupo de extermínio oficializado. O Estado deve proteger, não executar seus cidadãos.