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Governos recolhem impostos e ajudam a soterrar vidas

O clima responde aos frequentes ataques ao meio ambiente na mesma proporção da violência que sofre. O resultado é dramático, pois ele ganha em número de vítimas e mortes.

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O clima responde aos frequentes ataques ao meio ambiente na mesma proporção da violência que sofre. O resultado é dramático, pois ele ganha em número de vítimas e mortes. Independendo dos fatores idade, sexo e cor, a morte é para todos.

Mas, a maioria esmagadora de afetados é a população pobre. Alheia ao perigo e por necessidade, sobrevive e mora, morre em morros e às margens de rios onde se abriga, habita e se escora. Áreas de risco são zonas de confronto direto.

Não é ficção. É o roteiro das mortes provocadas por chuvas no Brasil na última década e que se intensificaram neste ano. Os ocorridos não são acidentes naturais, são tragédias anunciadas pela falta de políticas públicas a um problema desnecessário de investigação, pois é visível a olhos nus. O povo, sem ter onde morar, vira vizinho da morte.

Hoje, as centenas de mortes no Recife somadas a outras registradas na última década deveriam motivar os governantes a trabalharem. Nos últimos 10 anos, as mortes causadas pelas chuvas no país somaram 1.756. Agora, em 2022, já são 457 óbitos, representando mais de 25% do total de mortes em 10 anos. O levantamento parte de 1º de janeiro de 2013 a 31 de maio de 2022.

Antes, o ano mais letal das chuvas era 2019, com 297 mortes. Em 2021, 290 óbitos, e em 2020, 216 mortes. O balanço dos cinco primeiros meses de 2022 ultrapassaram os anos anteriores. As moradias dos miseráveis e o índice de mortes crescem. E há 10 anos os governos estão com suas bundas ricas no conforto das cadeiras colhendo e contando impostos.

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