Na última quinta-feira (14), em uma reunião na sede do Condemat+ (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê), em Mogi das Cruzes, com a presença do secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, o deputado estadual André do Prado (PL) e diversas lideranças locais, foi anunciado um pacote de investimentos no sistema viário e no transporte ferroviário da região para os próximos anos.
Ao todo, foram citados três projetos, são eles: a construção do “Complexo Viário” do Alto Tietê, que inclui a implantação de uma alça de saída do Trecho Leste do Rodoanel Mario Covas (SP-21), três alças de acessos da Rodovia Ayrton Senna para Itaquaquecetuba e a futura concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM.
Dessa forma, com o desenvolvimento de todos esses projetos, mais de R$ 3 bilhões serão investidos nessas estruturas. Segundo o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi (PL), esse valor irá fazer uma grande diferença na vida do povo do Alto Tietê, principalmente, com a geração de empregos, oportunidades e esperança de riqueza.
Complexo Viário
O Rodoanel Governador Mário Covas (SP-21) é um anel rodoviário de 176 quilômetros de extensão que circunda a região central da Grande São Paulo. Esta rodovia é dividida em quatro trechos: oeste, sul, leste e norte (ainda em construção).
O trecho leste é o que contempla o Alto Tietê, percorrendo seis municípios: Ribeirão Pires, Mauá, Suzano, Poá, Itaquá e Arujá. Entretanto, desde o início de sua operação em 2014, há uma grande discussão sobre a falta de uma alça de saída, que seria de extrema importância para a melhoria do fluxo viário e desenvolvimento estratégico da região.
Assim, o motorista que transita hoje no sentido Suzano-Poá da via consegue acessar o Rodoanel em direção ao Trecho Norte, que ainda está em obras. Já no sentido oposto (Poá-Suzano), o acesso direciona para o Trecho Sul. Porém, o condutor que utiliza o Rodoanel não consegue sair em Suzano, precisando se deslocar para municípios como Mauá e Itaquaquecetuba para, assim, conseguir deixar o anel viário e acessar o trecho urbano destas cidades.
Depois de muitos anos com promessas em vão, enfim foi assinada a autorização para a execução do projeto executivo que irá resultar na construção do “Complexo Viário do Alto Tietê”, que inclui a implantação de alças de saída do Trecho Leste do Rodoanel Mario Covas (SP-21) em Suzano, a adequação das vias no entorno, a construção de uma passarela acessível para pedestres e outras alterações na malha viária da região.
De acordo com o deputado André do Prado, a obra está estimada em R$ 1 bilhão e o início previsto para 2025, após a conclusão do projeto executivo, que deve levar de nove a 12 meses para ser concluído.
Dessa forma, a alça será implantada na Avenida Brasil, uma das principais vias de ligação entre Suzano e Poá, passando por cima da Linha 11 – Coral da CPTM e criando um corredor com a Avenida Senador Roberto Simonsen, que ajudará a ligar o anel viário a bairros do centro expandido da cidade, como Jardim Casa Branca, Jardim Márcia, Jardim Imperador, entre outros.
Em entrevista coletiva à imprensa, o secretário Benini explicou que se fosse feito apenas uma alça, o tráfego iria ficar impossível em Suzano e em Poá, então surgiu a ideia de um complexo viário com várias ligações, a construção da pista marginal no Rodoanel e várias alças, além de um novo acesso para Suzano pela Avenida Brasil.
Além disso, a proposta também inclui a adequação da rotatória próxima ao limite entre Suzano e Poá, na Avenida Major Pinheiro Fróes (SP-66), e a criação de pistas marginais no Rodoanel, para melhorar o fluxo de veículos após a criação do complexo.
Por fim, segundo Ashiuchi, estas ligações irão trazer um novo viés e, principalmente, novas empresas, oportunidades e um crescimento surreal nunca visto na história da região, já que será possível acessar o Rodoanel em menos de 10 minutos tanto sentido Itaquá, quanto sentido ABC.
Alças de acesso para Itaquaquecetuba
Neste mesmo dia, também foi assinada a autorização para o desenvolvimento do projeto executivo, que custa por volta de R$ 5 milhões, para a construção de três alças de acesso para Itaquá, sendo uma no quilômetro 36 e duas no quilômetro 38 da Rodovia Ayrton Senna, assim como, as marginais de acesso ao Distrito Industrial do Taboão, em Mogi.
Segundo a explicação do prefeito de Itaquá, Eduardo Boigues (PP), para aqueles que vem do Grande ABC, ao invés de chegar na praça de pedágio, pagar, descer direto para Ayrton Senna já sentido a capital para fazer o retorno operacional, agora será possível descer a praça de pedágio, entrar na Ayrton Senna e já fazer um outro retorno direto para a cidade.
A segunda alça será de entrada ao município, já que atualmente há este acesso apenas no quilômetro 35. Esta alça estará localizada no bairro do Una, para quem vem de Mogi das Cruzes, próximo ao Modal Logístico da Júlio Simões. Com isso, não será mais necessário passar pela Vila São Carlos e pelo Jardim Odete para chegar ao bairro Caiuby ou para ir à Arujá.
Por fim, a terceira alça será de saída, pois o município não possui nenhuma alça de saída sentido a capital pela Ayrton Senna, o que também faz necessário sair pelo quilômetro 35. Com essa nova construção, qualquer veículo que vir de Arujá antes de subir para passar pela Ayrton Senna, terá um viaduto direto para a capital.
Concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM
Durante a reunião, o Governo do Estado também apresentou o projeto da futura concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Para a primeira, o plano inclui a extensão até a estação César de Souza, em Mogi, assim como adequações em todas as estações que atendem o Alto Tietê, fechamento das passagens de nível e construções de passarelas, viadutos e túneis.
Já para a Linha 12-Safira, a intenção é estendê-la até Suzano, fazendo desta estação a terminal para ela, que, atualmente, opera entre Calmon Viana e Brás.
Por fim, estão previstas ainda mudanças na Linha 13-Jade, que liga Palmeiras-Barra Funda ao Aeroporto de Guarulhos, ampliando sua malha ferroviária até Bonsucesso, bairro que fica próximo ao limite entre os municípios de Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba. A previsão com todas as obras é gerar cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos.
Para a concessão das três linhas, a expectativa é de que seja realizada uma consulta pública entre maio e junho, com o leilão previsto para ocorrer até o final do ano. Segundo o secretário, a ideia é uma promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Estamos falando de R$ 13 bilhões de investimento para a concessão. Ela já é garantida, desde que o leilão dê certo. Foi um pedido do próprio governador”, resumiu Benini.
Com a apresentação desses três projetos para a região, o presidente da Alesp, André do Prado, afirma que chegou a hora do Alto Tietê.
