Nessa última quarta-feira, celebramos o Dia do Trabalho. Criado em 1889 por um congresso socialista realizado em Paris, o Dia do Trabalho tem origem numa greve geral que ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1º de maio de 1886.
Durante a greve, os trabalhadores reivindicavam melhores condições de trabalho nas fábricas, incluindo a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas por dia. No Brasil, a data começou a ganhar força no início do século XX, sendo oficializada como feriado nacional durante o governo de Artur Bernardes.
Por fim, o governo Getúlio Vargas, inspirado na Carta del Lavoro, do italiano e fascista Benito Mussolini, criou a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Este mesmo mandatário criou o salário mínimo.
A ideia inicial era garantir e empoderar a classe trabalhadora, que sempre foi marginalizada, explorada por meio de extensas jornadas trabalhistas e, muitas vezes, recebendo o mínimo para sua subsistência.
Passados mais de 80 anos após a inserção dos direitos trabalhistas nas relações de trabalho, o que presenciamos diariamente é um retrocesso.
A economia mudou, tivemos a industrialização brasileira, duas grandes crises do petróleo, guerras e mais crises econômicas, ou seja, aconteceu de tudo no mundo.
Mas uma coisa não mudou: a realidade do trabalhador, por quê?
Atualmente, a cotação do salário mínimo é de R$ 1.412,00, esse valor é pouco maior que os R$ 1.202,29 (valor atualizado) pagos em 1940.
Se olharmos mais afundo na história, em 1886, os trabalhadores lutavam por 40 horas semanais.
Hoje não é raro um pai de família trabalhar oito horas na empresa e algumas horas fazendo serviço de motorista de aplicativos ou entrega de alimentos.
Porém, existe uma categoria de motoristas que dirige por até 15 horas dia: são aqueles que têm nesse serviço sua única fonte de renda.
As mazelas do trabalho também afetam os trabalhadores mais qualificados, como?
Através do MEI (Microempreendedor Individual). Sua criação foi perfeita, a intenção era organizar e dar maior estabilidade ao pipoqueiro, prestador de serviços, fazedores de bolo etc.
No meio do caminho, esse pessoal acabou ficando em segundo plano; e as empresas começaram a realizar suas contratações através do MEI, ou seja, o trabalhador voltou aos níveis pré-CLT.
São tantas as dificuldades envoltas na vida do trabalhador, que não sei se devo realmente comemorar essa data, ou refletir sobre o que fazer para mudar a nossa situação de humildes servos.
2 respostas
É até um contraste , falar do dia do trabalhado no Brasil nos dias atuais, um país governado 5 vezes pelo Partido dos Trabalhadores (não contém ironia 🫣)que nada fez pela classe trabalhadora , contrariando seus discursos maravilhosos e acalorados de palanque . Aliás , fez sim , para os amigos dos Sindicatchuuuu 💰💰
Muito bom👍