Nos últimos dias, estamos presenciando um confronto, de um lado o Governo Federal e do outro empresários.
O que está em jogo?
A desoneração dos encargos sobre a folha de pagamentos, na busca por recursos, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad trouxe essa proposta. O governo vetou, mesmo sabendo que corre o risco de sair derrotado no Congresso ou no Senado.
De acordo com as estimativas do Ministério da Fazenda, a extensão da desoneração da folha custaria R$ 9,4 bilhões aos cofres públicos anualmente.
A ideia da desoneração não é ruim, pois deveria ser um incentivo para os setores beneficiados contratarem mais mão de obra, consequentemente reduzindo o desemprego.
Na minha avaliação, quanto menor for o custo de produção e menos intervenção estatal houver, melhor. No entanto, nesse caso havia uma condição, que era a contratação de mão de obra pelos setores beneficiados, e essas contratações não ocorreram.
É importante lembrar que, para que os empresários realizem contratações e expandam projetos, é necessário que haja uma perspectiva positiva em relação ao futuro.
Atualmente, o cenário macroeconômico é desfavorável e estamos lidando com uma conjuntura interna indefinida, o que faz com que os capitalistas segurem novas contratações.
A propósito, em 2021 tivemos uma taxa de desocupação de 14,9%, logo após sairmos da pandemia, e agora essa taxa está em 7,7%.
O desemprego caiu? Sim, mas não devemos esquecer que o mundo está enfrentando guerras e contrações econômicas.
A questão da desoneração revela algo que já sabíamos: a carga tributária no Brasil é extremamente alta e, para reduzi-la, o governo precisa necessariamente fazer cortes amplos e irrestritos nos gastos.
Sabemos que essa possibilidade não existe, portanto, ele cortará as exceções tributárias para obter um pouco mais de alívio financeiro.
Precisamos considerar a competição. Conforme o advogado Angelo Paschoini: “O argumento de que a desoneração custa caro aos cofres públicos é falacioso, pois ignora os benefícios que ela traz em termos de arrecadação indireta, aumento da produtividade e competitividade”.
Destarte, fica evidente que desonerar a produção continua sendo o melhor programa social que existe, porque no final a desoneração beneficiará os mais pobres.
Atualmente, enfrentamos uma tríade:
- I. Desemprego, que é resultado de uma economia instável principalmente dentro de um cenário macroeconômico desfavorável. Parece que o governo ainda se sente em 2002.
- II. O governo não pode criar ou manter exceções fiscais porque não possui recursos e precisa reduzir seu déficit. E esse déficit tem sua origem no alto custo para manutenção do Estado.
- III. Por fim, temos a competitividade, ou seja, baixa carga tributária torna a produção mais acessível. Quanto menor o custo, mais pessoas poderão consumir determinados produtos. E com a geração de novos empregos haverá aumento na arrecadação aos cofres públicos.
5 respostas
No final das contas a conta é para o povo pagar
Assunto interessante pra ser discutido no momento. Gostei de toda exposição feita por Josué Coimbra. Parabéns!!! Precisamos de mais assuntos como esse da atualidade.
Texto bem esclarecedor em relação ao tema.
Ótima matéria , muito bom.
Ótima matéria muito bom.