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Caso João Victor: Secretário de Saúde presta esclarecimentos na Câmara dos Vereadores

Ao lado do responsável pela UPA, Zeno Morrone atribuiu a responsabilidade ao sistema estadual de saúde; família não foi notificada do acontecimento da audiência

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Na tarde desta terça-feira (25), o secretário de Saúde da cidade de Mogi das Cruzes, Zeno Morrone, compareceu à Câmara dos Vereadores para prestar esclarecimentos acerca do caso de João Victor Delfino Laurentino, de 11 anos, que morreu no último dia 17 em decorrência de uma picada de cobra. A audiência, que foi convocada pela Comissão de Saúde do parlamento mogiano, ocorreu por conta das denúncias da família de negligência e demora no atendimento.

Além do secretário, a Comissão também ouviu o dr. Leonardo Megale, médico responsável pela UPA do Rodeio, que prestou o primeiro atendimento ao menino e o encaminhou ao Hospital Luzia de Pinho Melo, referência no tratamento de casos assim.

Questionados pelos parlamentares, Morrone e Megale disseram que a equipe da UPA realizou corretamente o procedimento padrão, de dar analgésicos para conter o vômito e as dores da criança e incluir sua ficha no sistema CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para que fosse realizada a transferência para o hospital estadual, onde seria aplicada a dose necessária de soro antiofídico. De acordo com eles, o atraso ocorreu pela demora do CROSS de processar o pedido e dentro do próprio Luzia, que não deu o soro no momento correto.

Segundo o próprio médico, o protocolo estabelecido pelo Instituto Butantan para incidentes com cobras diz que a aplicação do soro deve ocorrer dentro de seis horas a partir do momento da picada.

À GAZETA, a mãe de João, Marcela Delfino, relatou que a picada aconteceu por volta das 19:15 e foi dada entrada na UPA às 19:38, mas a transferência para o hospital só ocorreu às 22:17 e o soro só foi aplicado às 3:30 da madrugada, ou seja, oito horas depois.

Questionada sobre a versão municipal de que a responsabilidade é estadual, Marcela discordou.

“O erro foi da parte dos dois, tanto da UPA quanto do SUS. Um porque demorou para chamar a ambulância e transferir, e o outro porque só foram dar o soro para o menino às 3:30 da manhã, ficamos um bom tempo esperando porque disseram que não tinha vaga para subir com ele”, disparou.

Ela, no entanto, não pôde dar seu depoimento durante a audiência porque sequer foi notificada que ela ocorreria: “Eu fiquei sabendo porque meu marido foi levar uns documentos para o advogado e ele contou que tinha acabado de participar da reunião. Só assim que eu soube.”

NOTA DA REDAÇÃO – Assim que divulgada a morte de João Victor, a GAZETA solicitou à Secretaria Estadual de Saúde um posicionamento sobre o caso, porém a nota enviada pela assessoria continha uma série de imprecisões. Por isso, solicitamos um novo posicionamento, que não foi enviado até o momento da publicação.

Confira a nota na íntegra:

“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) lamenta o ocorrido e informa que o paciente J.V.D.L. deu entrada no Hospital Luzia de Pinho Melo por volta das 22h20, do dia 6 de outubro, com relato dos familiares que o acidente teria ocorrido no início daquela tarde. A criança, levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por volta das 19h, foi inserida na Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) e regulada prontamente.

Ao chegar no hospital, a responsável pela criança não sabia identificar o animal que havia atacado a criança. Sendo assim, foi necessária a realização de uma bateria de exames antes de se aplicar o soro antiofídico. Após alguns exames, o próprio paciente informou que o incidente havia ocorrido com uma cobra.

Desta forma, a criança recebeu o soro antiofídico de forma adequada, passou por hemodiálise e foi assistido e acompanhado por equipe multidisciplinar durante todo período de internação.

A SES ressalta que todo animal peçonhento oferece risco em potencial para a população e que pode ser extremamente perigoso, principalmente para crianças. Em casos de acidentes por animais peçonhentos, a população deve procurar o serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento. Também é possível acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo 192, no caso de crianças picadas, pois é uma situação que exige agilidade na assistência médica.

As unidades de referência para recebimento de soro contra animais peçonhentos podem ser consultadas no link: https://saude.sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/08/Soro-Urgente.-atualizado170822.pdf.”

*Matéria em atualização.

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