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Brasil da loucura

“Dizem que o mundo vai acabar em fogo ou em gelo; pelo que conheço do ódio, acho que o gelo bastaria”, disse Robert Frost

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Em nome de uma pauta legítima – ainda mais no Brasil –, a insatisfação com a corrupção, a direita brasileira cresceu demasiadamente nos últimos anos e, ao mesmo tempo que conquistava mais adeptos, foi mudando seus inimigos, se aproximando cada vez mais do reacionarismo e, concomitantemente, se afastando da sanidade mental.

Além de bradar contra os corruptos, os comunistas, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, os ditos patriotas têm feito questão de, cada dia mais, exporem seu ódio a toda e qualquer classe minorizada, como os negros, indígenas, mulheres e, sobretudo, a comunidade LGBTIA+.

A guerra contra este último está escancarada na última semana por conta da proposta de proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo que tem sido debatida na Câmara dos Deputados. Além do absurdo da ideia em si, o que tem se visto beira o cômico, se não fosse trágico.

Além de quererem decidir os matrimônios alheios, os deputados bolsonaristas têm utilizado a discussão para atacar até coisas que não existem, como os tais banheiros unissex, com a bizarra justificativa de que o compartilhamento entre homens e mulheres de um local para suas necessidades fisiológicas despertaria nos homens seus instintos mais animalescos. Freud classificaria o medo desse inimigo inexistente como uma projeção. E até ele se assustaria.

Há uma frase do poeta norte-americano Robert Frost que exemplifica bem esse momento: “Dizem que o mundo vai acabar em fogo ou em gelo; pelo que conheço do ódio, acho que o gelo bastaria.”

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