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Betinho adverte: ‘O gás de cozinha vai continuar caro se não houver a abertura de mercado para novas distribuidoras’

Há anos no mercado, ele propõe alternativas que podem significar a redução real do produto

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“Prepare o bolso, porque as distribuidoras de gás já se movimentam para aumentar o valor do botijão de gás a partir de setembro.” Com essas palavras, Gilberto Daniel, o Betinho, falou a respeito do alto custo do gás de cozinha (GLP) para a população paulista. Atuante no mercado há anos, ele aponta alternativas para a redução real do valor do produto.

Convidado pela GAZETA a comentar sobre o impacto da redução de ICMS para os botijões de 13 kg, ele foi enfático: “Reduzir o ICMS não é a solução mais viável para reduzir o custo para o consumidor. É importante, mas não é o que vai assegurar um custo mais baixo para o consumidor final.”

A fala vem após a redução da base de cálculo do imposto na comercialização do produto, que foi implementada pelo Governo do Estado de São Paulo no domingo (3) e promete representar uma queda de R$ 3,38 no preço médio do gás de cozinha.

Para Betinho, o problema não está no valor do imposto [que em São Paulo passou de R$ 13,30 para R$ 9,92 a cada botijão vendido], mas no mercado restrito de distribuidoras. Intermediárias, elas adquirem o GLP da Petrobrás e repassam os botijões para os revendedores, que se responsabilizam apenas pela venda ao consumidor final.

“Existem algumas maneiras que podem ser mais simples e dar muito mais efeito do que somente reduzir o imposto e não chegar para o consumidor final. Uma das soluções é abrir mais distribuidoras. Hoje, nós temos seis distribuidoras de gás em São Paulo, que são responsáveis pelo mercado de abastecimento no estado todo. Portanto, tem que abrir mercado, e abrir mercado é liberar o enchimento de botijão por todas as marcas, porque isso facilitaria a entrada de novos distribuidores.”

Já para os revendedores, isto é, aqueles que garantem que o botijão chegue nas casas dos consumidores finais, Betinho entende que é preciso liberar a entrega do produto por meio de motos. “Hoje, é proibido entregar botijão de moto. E tem que liberar, porque o custo é muito menor para o revendedor, além de ser mais ágil.”

Por fim, Betinho reforçou que a redução momentânea pode ter fim já em setembro.

“As distribuidoras de gás já estão anunciando que em setembro vai haver o aumento do dissídio, e quando vem aumento de dissídio, pode ter certeza que também vai vir aumento do botijão. Ainda não tem valor certo, mas é certo que ele vai vir. Infelizmente, isso vai pesar ainda mais para o consumidor.”

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