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Acordo Colonial

Da forma como vem se desenhando, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia é benéfico apenas para um lado, o europeu
Foto: Divulgação

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Durante muito tempo, o mundo esteve em busca de alternativas melhores para o comércio. Tudo que temos hoje não foi criado com o objetivo de promover o bem-estar humano, mas para facilitar as transações comerciais.

Nas últimas duas décadas, tem sido discutida uma possível união entre o Mercosul e a União Europeia (UE), dois blocos econômicos que, juntos, representam 20% da economia global. Essa aliança abrangeria cerca de 780 milhões de consumidores e, somando o Produto Interno Bruto (PIB) dos países membros dessa união, chegaríamos a um PIB de 20 trilhões de dólares.

Estudos afirmam que, a longo prazo, poderíamos esperar um aumento do PIB entre 0,25% e 0,40%. Constato retrocesso. Por quê? Durante as negociações, tem se observado que o acordo é benéfico apenas para um lado, o europeu.

O Mercosul continuaria a enviar matérias-primas para a UE, enquanto receberia produtos com alto valor agregado. Não haveria espaço para o Brasil nas prateleiras europeias.

Já enfrentamos dificuldades no setor agropecuário. A França, por exemplo, dificulta a importação de produtos agrícolas estrangeiros, principalmente brasileiros, devido à sua falta de competitividade.

Não é à toa que a Europa está em polvorosa, sua ira se dá por conta da importação de produtos agrícolas, principalmente brasileiros.

Mas você pode alegar que o Brasil receberia mais investimentos europeus. A resposta é simples: o Brasil nunca precisou desse tipo de acordo para atrair investimentos. Basta olhar para o nosso parque industrial, repleto de empresas europeias em quase todos os setores.

Creio que poderia haver até um fechamento de plantas nacionais, uma vez que poderiam nos abastecer direto de suas matrizes sem barreiras alfandegárias.

Considero esse acordo como uma continuação do período colonial brasileiro, em que a Coroa vinha ao Brasil para extrair suas riquezas e nos deixava muito pouco.

Parte de nossa decadência remonta a esse período, em que existia uma elite latifundiária que enxergava o Brasil como uma imensa fazenda.

Atualmente, temos o maior polo industrial da América Latina. Esse status foi alcançado através do capitalismo de Estado, e ao recebermos empresas multinacionais, algumas europeias, todas as possíveis concorrentes foram encerradas nos anos seguintes.

Brasil

O Planalto compreende que, caso essa união se firmar, existe a chance de retornarmos ao Brasil pré-Getúlio Vargas. Além disso, o governo quer condições favoráveis ao Mercosul.

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Economista formado na PUC/SP

Reportagens - 34
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