Da Redação / Arte: André Jesus
O resultado do trabalho de fiscalização da Apeoesp e Afuse sobre as condições das escolas no tocante ao retorno das aulas presenciais, após o longo período de paralisação por conta da Covid-19, não causou espanto às pessoas que já sabiam que a situação das escolas públicas, em Mogi e no resto do Brasil, são péssimas.
Ocorre que a deficiência é mais assustadora agora, na fase mais crítica da pandemia, já que o Estado determina a volta às aulas sem imunizar nem os estudantes e nem os profissionais da educação.
Na verdade, a omissão delituosa no trato da vida humana sonoriza um “ferrem-se” – pra não usar o termo de baixo calão – a todos os envolvidos na comunidade infantil, que saem a campo quando está em vigor uma suposta ação de combate ao coronavírus, mas que, na verdade, as baixas da guerra sanitária já registram mais de 230 mil mortes em todo o país.
Como é que se manda pessoas para o “front de batalha” sem nenhuma proteção contra o inimigo invisível? O vírus torna tão visível o quanto os políticos do país não estão nem aí com a vida humana. Contabilizam mortes, e daí?
Quando é que isso vai parar e quando vamos conseguir parar com isso, chamando a classe política brasileira para voltar à condição humana e, uma vez imbuída de senso de humanidade, pensar de forma séria que o que está acontecendo não é uma obra de ficção cientifica, não pode ser vista só como perda e ganho de votos. Precisa de sensatez, como quem pensa no bem maior, que é a preservação da vida.