Nascido em Vitória da Conquista, no estado da Bahia, Vanderlon Gomes (PL) chegou a Salesópolis em 1989 sem jamais imaginar que se transformaria no primeiro prefeito reeleito na história da cidade. Agora, prestes a deixar o comando da administração municipal após oito anos, ele destaca em entrevista a impressão pessoal a respeito de sua gestão.
Confira:
GAZETA: Prefeito, o senhor está chegando ao fim do mandato. Qual o seu sentimento?
Vanderlon Gomes: O meu sentimento particular é de muito orgulho, muita alegria, muita satisfação em estar entregando uma administração com uma aprovação, graças a Deus, muito alta no município.
Nunca tive a pretensão de querer ser mais que ninguém, muito pelo contrário, sou um prefeito que sempre trabalhei igual a todos os membros da equipe, seja secretários, diretores, funcionários. Então, é uma satisfação muito grande mesmo de entregar uma prefeitura, uma administração, muito melhor do que pegamos.
O próximo prefeito vai ter condições de fazer um mandato muito melhor do que o nosso, porque nós estamos deixando dinheiro em caixa, vamos deixar superávit para que ele possa trabalhar. Bem diferente de quando assumi, com muitas dívidas, não tinha dinheiro para colocar combustível nos equipamentos, não tinha medicamento, não tinha dinheiro para pagar a conta de luz.
Agora, pelo contrário, vamos deixar até o pagamento do mês de dezembro, que era para pagar no quinto dia útil do mês de janeiro, estamos pagando no mês de dezembro.
Então, é motivo de muita satisfação sair na rua e ver que o salesopoloense tem orgulho de morar aqui. Em resumo, para mim é uma satisfação imensa entregar da forma que estamos entregando a Prefeitura de Salesópolis.
GAZETA: Então o seu sentimento pessoal é, na verdade, um agradecimento à população?
Vanderlon: Exatamente. É que, veja só, eu nasci em Vitória da Conquista, na Bahia, e em 1989 fui morar no Ribeirão do Pote, um dos bairros mais isolados de Salesópolis. De 1989 até 1997, para você ter uma ideia, não tinha nem energia elétrica no bairro. Para a gente estudar, nós andávamos em torno de 3,5 km para chegar até a escolinha do bairro.
Aí, em 2002, eu ingressei na Associação do Bairro, sem nenhuma intenção em vir candidato à política partidária e à política municipal. Nosso objetivo era fazer um trabalho no bairro. Mas surgiu a oportunidade de vir candidato a vereador. E aí, como Deus sempre é muito bondoso comigo, fui eleito já na primeira vez, mesmo morando distante, numa situação bem complexa, porque a estrutura de uma disputa eleitoral é muito difícil.
De lá para cá, fui eleito presidente da Câmara, vice-prefeito, e o único prefeito reeleito na história da cidade. Então, a minha história é uma história de agradecer sempre a população.
Imagine você poder contar com o apoio da população para governar, porque eu não fiz um governo só decidindo da minha cabeça. Sempre tive apoio da Câmara Municipal, os vereadores me ajudaram muito, sempre tive apoio das entidades do município, como Camat, Associação Comercial, Clube Alvor, o apoio dos conselhos, como Comtur, todos os conselhos que compõem a administração pública.
Sempre em diálogo, fazendo um governo participativo, mas de fato, não de discurso. Quem me conhece sabe exatamente isso, então eu acho que aí foi o segredo do meu sucesso. Não governar sozinho, não querer levar mérito sozinho, muito pelo contrário, o sucesso da minha gestão, o sucesso da minha avaliação, acredito que eu devo à boa equipe e por escutar as pessoas que estão ao meu lado.
GAZETA: Que parceiros o senhor destacaria?
Vanderlon: O Doutor Marco Freire, da Sobrasbem, por exemplo. Ele foi um dos maiores parceiros que eu tive na minha administração, ajudando a governar e ajudando, através da Sobrasbem, a cuidar de um dos principais bens da nossa cidade, que é a nossa Santa Casa.
Outro grande parceiro, o Gilberto Fujisawa, que é presidente do Conselho Municipal do Turismo. É uma pessoa que trabalhou ativamente, muitas vezes colocando cadeira nas costas, mesa nas costas, para ajudar nos eventos, ajudando a cuidar da cidade.
Aí tem tantos outros, como o Eros, que é o presidente da Associação Comercial, o Sr. Ticão, presidente da Camat, ou seja, houve parceria muito forte com as entidades, as associações de bairros, todas associações.
GAZETA: E os parceiros da política?
Vanderlon: Principalmente, só tenho gratidão ao apoio político que eu tive. O deputado André do Prado, todos sabem que sou fã dele. Ele acreditou em mim desde 2016, chamou a responsabilidade para ele, se eu não fosse um bom prefeito, não precisaria votar mais nele, e graças a Deus saio numa situação muito favorável com ele.
Também agradeço ao deputado federal Marcio Alvino, uma pessoa a quem eu devo a carreira política, porque ele é aquela pessoa que vem e orienta o que eu devo fazer, por onde eu devo caminhar, onde eu falo, onde eu busco os recursos, além dele ter essa questão, essa sensibilidade, principalmente, com a nossa Santa Casa, para a qual encaminha recursos todos os anos para ajudar na infraestrutura.
E ao nosso presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, pela confiança, de estar sempre colocando o partido à nossa disposição, buscando as políticas públicas para ajudar a resolver vários problemas na cidade.
Além do deputado Marcos Damasio, que sempre enviou muitos recursos para o município. Só nesse mandato, quase R$ 5 milhões para Salesópolis. Temos, ainda, o conselheiro do Tribunal de Contas Marco Bertaiolli, que na época era o deputado federal que mais mandou dinheiro para a cidade.
Então, foi muito apoio político para que nós pudéssemos fazer uma boa gestão. Muitas entregas só foram possíveis graças ao apoio dessas figuras públicas.
GAZETA: As políticas implantadas na sua gestão devem render muitos frutos para as próximas gestões?
Vanderlon: Sim, eu acredito, porque agora estamos passando o bastão, a administração será passada para o próximo prefeito. O difícil é fazer a roda, agora não precisa mais inventar a roda, agora é só copiar, que está tudo muito mais fácil. Manter a régua é o desafio.
Mas assim, diante do que a gente ouviu na campanha, que o prefeito eleito citou que ele terá apoio de 20 deputados, eu não vejo tanta dificuldade para ele. Se com quatro deputados, que eu citei antes, nós fizemos o que fizemos na cidade, imagina se eu tivesse 20.
GAZETA: Qual o seu principal legado para Salesópolis?
Vanderlon: Fazer com que a população acredite na cidade. Esse é o maior legado, é o povo ter orgulho de falar de Salesópolis, ter orgulho de morar aqui. Se eu for falar de legados, eu tenho vários, mas esse é o principal, porque as pessoas voltaram a acreditar em Salesópolis.
GAZETA: Qual o futuro do senhor na política?
Vanderlon: Eu sou uma pessoa que nunca impôs nada, minha vida sempre foi à disposição da população. Se no futuro a gente fizer um trabalho e ver que tem condições de contribuir de alguma forma, meu nome estará sempre à disposição.
Eu não estou na política por status, por salário. Eu estou porque eu gosto do que eu faço, eu gosto de atender as pessoas, a minha alegria é entregar uma obra pública, é contratar os profissionais para a saúde, é ver a melhoria na educação, é ver a melhoria no financeiro.
Se o grupo, o partido, entender que o Vanderlon deve sair candidato a tal cargo, eu estarei à disposição, porque quem gosta da vida pública e tem vontade e coragem de trabalhar, não pode abandonar o barco.
