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Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio

A psicóloga e fundadora do Instituto Diferente Mente, Bruna Rodrigues, elenca alguns dos principais mitos acerca do assunto

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Todos os anos, em setembro, é organizado uma série de campanhas alertando as pessoas sobre a prevenção ao suicídio. Embora, exista um grande esforço para colocar o assunto cada dia mais em evidência, o tema ainda é envolvido em uma série de tabus e quanto mais arraigado ao subconsciente das pessoas esses mitos e crenças estejam, mais difícil se torna dissolvê-lo ou modificá-lo, o que torna o trabalho ainda mais árduo.

Segundo o Ministério da Saúde, “todos os anos, o suicídio aparece entre as 20 principais causas de morte no mundo, para pessoas de todas as idades. Só ele é responsável por mais de 800.000 mortes – o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos.” Ter campanhas voltadas a conscientização e preocupadas com a saúde mental, ajuda a disseminar um outro olhar para o tema e a desmistificar muitos mitos.

A psicóloga e fundadora do Instituto Diferente Mente, Bruna Rodrigues, elenca alguns dos principais mitos acerca do assunto:

  1. Pessoas felizes não se suicidam.

Mito. Winnicott, grande teórico da psicanálise, fala muito sobre o falso self, no qual a pessoa, para lidar com as demandas do cotidiano, cria e apresenta uma realidade com o que acredita ser que a sociedade queira ver, assume a identidade de feliz e de pleno contentamento com a vida. Contudo, por trás desse comportamento, temos um indivíduo cheio de conflitos, ideias negativas e, muitas vezes, uma ideia suicida. Doenças emocionais não tem rosto, podem acometer todo o tipo de individuo até mesmo pessoas ativas, trabalhando e felizes.

  1. Quem fala que vai se suicidar, não o faz. Só quer chamar atenção.

Mito. Na verdade, se a pessoa está falando sobre o assunto, é sinal de que a está se preparando psicologicamente para aquilo e o fato de falar sobre, pode ajudar a evitar o ato em si. Não podemos menosprezar quaisquer sinais que as pessoas apresentem com relação a esse desejo. A família precisa ficar atenta, manter o local seguro e buscar ajuda com algum tipo de intervenção medicamentosa e psicológica.

  1. O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso.

Mito. Normalmente é planejado por algum tempo. A pessoa vai adoecendo ao ponto de não se libertar e continuar nutrindo esse desejo. É uma ideia contínua, do qual o indivíduo não fala sobre o assunto, não dá sinais da extensão desse sofrimento e depois de um tempo com todo esse peso, acaba executando seu plano.

  1. Quando a pessoa tenta se suicidar uma vez e não consegue, jamais tentará novamente.

Mito. Pensar dessa forma é um grande erro. Ninguém está isento de entrar em um estado de vulnerabilidade emocional e ter esse tipo de pensamento novamente. Uma vez que o indivíduo recebe um tratamento relacionado a um adoecimento emocional, é necessário cultivá-lo, ter uma constante vigilância, pois pode haver uma recaída. Um processo psicoterapêutico é muito importante para que a pessoa se conheça e entenda os gatilhos que possa colocá-la nesse estado de vulnerabilidade novamente.

  1. Se eu falar sobre suicídio, darei ideia para a pessoa ao invés de ajudá-la.

Mito. Ao falar sobre o assunto damos abertura para que as pessoas se sintam menos constrangidas para expor o que estão sentindo. Ter pensamentos suicidas é muito mais comum do que imaginamos e quando elas encontram abertura para falar sobre isso, sem se sentirem julgadas, podemos acolher e mostrar que se trata de uma doença emocional com tratamento, solução, com a possibilidade de contar com profissionais especializados no auxílio. Desta forma, o indivíduo entende o que está acontecendo e pode buscar intervenções adequadas.

  1. Crianças não cometem suicídio.

Mito. É alarmante a dimensão que essa questão atinge. Infelizmente, tem sido constante o número de crianças que tem tentado o suicídio, isso acontece porque muitas estão adoecendo emocionalmente, logo, vulneráveis a esse tipo de pensamento. O bullying é algo que atinge muito a esse perfil, levando a problemas de baixa autoestima, queda no rendimento escolar, transtornos de ansiedade, problemas alimentares. Por isso, é sim necessário falar sobre o assunto, inclusive, destacando os riscos que temos em todas as faixas etárias para que ações sejam tomadas.

Bruna Rodrigues – Psicóloga (CRP 06/119.229)

 Especialista em psicologia clínica com aperfeiçoamento em prevenção ao suicídio pela Universidade São Judas Tadeu (USJT);

  • Pós graduada em psicanálise pelo Instituto de Pós Graduação (IPOG);
  • Pós graduanda em Intervenção ABA para Transtorno do Espectro Autista pela Faculdade Metropolitana (FAMEESP) em ludoterapeuta pelo Instituto Cinco (I5);
  • Formada em Gestão de Pessoas pelo SENAI, focada em projetos de desenvolvimento Humano.
  • Uma das idealizadoras do 1º Grupo de Psicólogos e Estudantes de Psicologia do Alto do Tietê, Fundadora do Instituto Diferente Mente e do projeto Psicologia em Ação, psicoterapeuta, palestrante e treinadora.
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