Área central tem vários comércios que se destacaram ao longo dos anos e permanecem fortes; município se destaca por abrigar cidadãos das mais diversas nacionalidades, com harmonia e leveza
Por Will Siqueira / Foto: Laerton Santos
Esse lugar é a “cara da cidade”. Você já deve ter ouvido essa expressão popular alguma vez. Pois tal expressão define muito bem alguns empreendimentos comerciais que se estabeleceram nas ruas e avenidas do Centro de Mogi das Cruzes. Gente que fez e faz história até os dias de hoje, marcando sua importância no cotidiano dos mogianos, principalmente dos que frequentam a região central diariamente.
Estabelecimentos como o Mercado Municipal, a Drogaria Umeoka, o Estacionamento Central Park, a Lavanderia Colônia, a Avícola 1º de Setembro (que hoje é uma quitanda), o Sultão Móveis, entre outros, existem há bastante tempo e já fortaleceram sua marca perante a população, conquistando, assim, credibilidade.
Segundo o site Guia Mais (especializado em buscas de CEP), Mogi tem, em sua área central, 155 logradouros, isto é, endereços de ruas, avenidas, travessas e praças. E para essa edição especial em comemoração ao aniversário do município, a reportagem conversou com alguns comércios tradicionais localizados nas principais ruas e avenidas do Centro.
As ruas que formam o grande “retângulo” da área central do município são pontos de encontros, de vendas e compras, locais para passeios e descanso. E onde você encontra de tudo um pouco: concentram muitas lojas de diversos segmentos.
Barão de Jaceguai, Rua Navajas, Rua Senador Dantas, Praça 1º de Setembro, Avenida Voluntário Pinheiro Franco, Rua Coronel Souza Franco e Rua Professor Flaviano de Melo são alguns dos emblemáticos endereços centrais de Mogi.
A seguir, você vai ver mais do que perfis de comerciantes e seus empreendimentos: você, leitor, irá conhecer, de forma resumida, algumas histórias de vidas ligadas à cidade.

“Nasci aqui e acho que é uma data bastante importante para o nosso município e, principalmente, porque o mercado completa também neste mês 64 anos nesse prédio. Durante esse tempo, o mercado sofreu cinco reformas. É um ponto de encontro, de passagem e de compra; temos 62 boxes fixos de lojistas e por aqui passam diariamente quatro mil pessoas.”

“Desde 1971 estamos aqui, (a loja) começou com meus avós, passou pro meu pai, agora estamos eu e meu irmão, sempre trabalhando com móveis e no mesmo endereço. São duas lojas na mesma rua e vamos sempre nos aprimorando, melhorando, sempre mantendo a qualidade e credibilidade. Aqui é uma loja familiar e as portas estão sempre abertas para as famílias mogiana. E que essa pandemia, se Deus quiser, acabe.”

“A lavanderia já existe há 52 anos e é uma referência. Nós, eu e meu marido, adquirimos da minha tia, e no ramo de lavanderia e tinturaria é uma das mais tradicionais de Mogi. Mogi é uma cidade gostosa para se viver, mas falta mais divulgação nas coisas que a prefeitura faz, eu acho.”

“Meu irmão e eu nascemos no Japão. Eu vim pro Brasil com dois anos de idade. Meu irmão fundou a farmácia em 1948. Quando chegamos a Mogi, só tinha cinco ou seis farmácias. Eu era ajudante do meu irmão. Hoje, minha sobrinha-neta, que é farmacêutica, é quem cuida. A família Umeoka deseja a toda população mogiana que tenha muita fé, muita esperança e muita coragem para enfrentar esse momento que estamos vivendo de pandemia. Não podemos desistir.”

“Eu e meus pais gostamos de morar em Mogi. Meus pais são chineses e não falam português, mas, aqui, no restaurante, muito cliente elogia nosso Yakissoba. É bem caprichado, segredo de família. A gente serve só comida chinesa. O restaurante já tem 15 anos, que é o tempo que a gente mora aqui.”

“O estacionamento Central Park existe há quase 30 anos, sempre no mesmo endereço. Era do meu pai, Takaichiro, e quando faleceu, eu assumi. Aqui estacionam de 100 a 150 carros por dia. É bem conhecido, é perto de tudo. Tenho cliente de 30 anos aqui, que passa pro filho, passa pra filha. Quero parabenizar a cidade, que ela continue em desenvolvimento e tenha emprego pra mais gente, que a gente está precisando, é bom pra todo mundo.”

“Estou trabalhando aqui há 20 anos direto. Antigamente, aqui era o lugar que vendia galinha viva e isso durou uns quase 40 anos. Depois, mudou pra quitanda porque galinha não dá dinheiro, não dá sustentabilidade. Mas aqui existe há quase 50 anos. Aqui tem muita história. Aqui tem o freguês-fidelidade: aqueles que compravam aqui, está vindo a terceira geração comprar. Os avós compravam galinha e pintinho, depois vinha o pai e, agora, os netos, bisnetos vêm diariamente.”

“Nós somos um canal de ligação que traz realmente o debate para o dia a dia e defende a população de Mogi. A contribuição é gigantesca em relação à informação, ao entretenimento e, principalmente, à ligação que nós temos com o ouvinte. Precisamos cada vez mais crescer e nos desenvolver, com tudo que o mogiano merece. Com uma estrutura de vida, dignidade, para esse povo que é trabalhador.”