Nos dias atuais, é comum observar a aceitação da pobreza em nossa nação. Por exemplo, é frequente ouvir pessoas afirmarem que é possível viver tranquilamente com apenas um salário mínimo no valor de R$ 1.412,00, enquanto o Dieese aponta que o salário ideal seria de R$ 6.501,00.
Para validar seu argumento, afirmam: estou satisfeito com o essencial. Não vejo nenhum óbice nessa maneira de viver; o ponto é que eles tentam nos converter a exiguidade.
A situação se agrava com a estagnação econômica, evidenciada pelo aumento de inscrições no Bolsa Família em 2023 comparado a 2022. Além disso, a desindustrialização do país ao longo dos anos é notória, com a perda progressiva de setores como a indústria de linha branca e de áudio e vídeo, e o fechamento gradual de montadoras nacionais.
Desde a década de 1980, o parque industrial brasileiro vem encolhendo significativamente, enquanto o mercado de capitais tornou-se cada vez mais concentrado nas mãos de poucas casas financeiras.
Diante desse cenário, surge o questionamento: houve significativa mudança nesse período, com a concentração da produção mundial na China?
Atualmente, a China assumiu a posição de líder na indústria mundial, enquanto o Brasil optou por abrir mão de um projeto industrial próprio em prol de explorar sua vantagem comparativa se consolidando como fornecedor mundial de alimentos.
Por outro prisma, nossa educação, deixa a desejar.
É evidente que dois pilares essenciais para o desenvolvimento de uma nação vêm apresentando um retrocesso ao longo dos anos. Essa realidade está intimamente ligada à questão da pobreza em nossa sociedade. A falta de emprego resulta em escassez de renda, levando as pessoas a priorizarem o trabalho em detrimento da educação.
É relevante recordar que durante a década de 1980, a economia do Brasil foi marcada por um período inflacionário e por diversos planos econômicos visando conter os preços no mercado.
Além de todos esses desafios, a cultura brasileira continua influenciada pela crença de que a humildade nos conduzirá ao encontro com Cristo.
Por muitos anos, essa ideia permeou a Nação e, atualmente, com a ampla difusão midiática, encontra-se solidificada na sociedade.
Aqueles que apoiam as ideias de Weber, descritas em “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, seriam implacavelmente queimados nesta região, com o objetivo de libertá-los de sua “avareza”, por desejarem o que consideram o mínimo para se ter uma vida digna.