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Quando o oprimido se torna opressor

Foto: Divulgação

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Hoje tive um dia bastante movimentado, com inúmeras reuniões para participar. A maior parte dessas reuniões estava relacionada ao meu programa, potenciais anunciantes, convidados e locais para as gravações.

Fiquei particularmente animado com a possibilidade de utilizar um determinado espaço, já que eles apresentam uma proposta inclusiva.

Se a ideia é trazer acolhimento, é importante comunicar aos clientes, inclusive aqueles que militam em prol das minorias, que este é um local onde não se tolera qualquer forma de discriminação.

Confesso que estava bastante entusiasmado com a possibilidade de firmar essa parceria, mesmo que isso não implicasse em ganhos além de uma mesa para receber meus convidados e gravar.

Em contrapartida, eu me comprometeria a divulgar o nome do espaço no meu programa, pois estava determinado a seguir adiante com essa proposta, dado que meu programa visa ser um ambiente onde a diversidade têm garantido seu espaço.

A minha proposta é abordar temas sobre educação financeira e empreendedorismo para pessoas que frequentemente são excluídas do mercado por não se enquadrarem no consumidor padrão.

Portanto, não há lugar melhor do que um espaço acolhedor para tratar de finanças, onde o intuito é contribuir com a diversidade.

No entanto, logo que entrei no estabelecimento, os clientes me observaram de maneira fria e desconfiada, como se a minha presença lhes causasse desconforto.

Segui em silêncio, calado e ciente de que se tratava apenas de uma percepção pessoal que logo seria esclarecida. No entanto, o pior ainda estava por vir.

Ao alcançar o final do salão, um cliente (que faz parte desse universo) estava sentado à mesa com uma mulher. Rapidamente, ao me notar, ele agarrou firmemente o telefone nas mãos.

Procedi cordialmente, me apresentei ao proprietário do estabelecimento e expliquei o motivo de minha presença ali. Ele prontamente abriu as portas do local para que eu pudesse fazer as gravações necessárias.

Infelizmente, era tarde demais, pois o cliente em questão já havia me expulsado, tratando-me como se fosse um criminoso em busca de um simples celular.

Essa situação me fez refletir profundamente, uma vez que frequento lugares onde supostamente existem preconceituosos. Para minha surpresa, o suposto “opressor” nunca agiu comigo como se eu fosse Caim, o qual carrega a maldição de ter assassinado seu irmão, estampada em sua testa.

Escrevi este texto sem esperar por qualquer retratação, mas sim como um alerta de que muitas vezes o opressor não é o dono do engenho, mas sim o oprimido que trabalha ao nosso lado, esmagando cana.

A ideia aqui é mostrar que aqueles que afirmam lutar por um mundo mais igualitário e plural, são na realidade os primeiros a fragmentá-lo.

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Economista formado na PUC/SP

Reportagens - 34
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