Como dizia Albert Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”
O título é provocativo e tem o objetivo de levar você, leitor, a se questionar. Logo em seguida, usei uma famosa frase de Einstein para indicar o caminho que quero seguir. Quando crianças, somos constantemente orientados a prestar atenção ao que falamos, às nossas ações, aos nossos pensamentos e às nossas escolhas.
Recebemos de nossos pais, familiares mais velhos, cuidadores e professores, orientações que nos ajudam a controlar nossos impulsos, aprendendo assim os comportamentos sociais, as regras e tudo que nos molda a uma forma mais padronizada para o convívio e bem-estar social. Por isso, é fundamental o processo de repetição, para que nosso cérebro possa memorizar esses comandos, criando memórias de longo prazo e, ao longo da vida, podermos usufruir dessas informações a nosso favor.
Na vida adulta, utilizamos esses processos ao controlar nossa alegria, tristeza, raiva, ansiedade, entre outras emoções.
Mas onde quero chegar?
Quero chamar sua ATENÇÃO ao que permeia sua vida e ações enquanto pais e cuidadores: seus planejamentos, suas decisões, suas frustrações e suas vitórias. A questão é a seguinte: quando crianças, é necessário e fundamental que sejamos estimulados a controlar nossos impulsos, nossas vontades e nossas emoções. É essencial o exercício de repetição para a assimilação dessas aprendizagens. Sem esse autocontrole e autorregulação, o processo de aquisição da linguagem e comportamento estará comprometido.
Na fase adulta, com esse processo mais maduro, a situação é outra. É preciso desafiar um pouco nossa inibição. Sabemos, por meio de pesquisas científicas, que nosso cérebro consome 30% da energia do nosso corpo. Pensar e resolver problemas nos custa energia. Tudo que nos chega de forma gratuita e pronta nos faz sentir confortáveis e recompensados pelo ganho de energia e provavelmente escolheremos esses caminhos.
Sendo assim, pais, as trends (modinhas) acabam sendo nocivas ao nosso processo de criação e aquisição de novos conhecimentos. Elas nos travam na educação de nossas crianças. Nas modinhas, não há problemas para solucionar, consequentemente, teremos um ganho de energia. Para inovar, ganhar mobilidade, criar perspectivas, surpreender-nos e alcançar novos patamares, precisamos nos despir dessas “roupas ingratas e estúpidas da ignorância”.
Uma ignorância criada por nós como um café que colocamos na xícara para nos satisfazer, mas que não permitimos que a xícara se esvazie para que não saíamos da zona de conforto.
Adri, o que isso tem a ver com a neuropsicopedagogia, comigo e com meu filho?
Tem tudo a ver! Por que ser o mesmo pai ou mãe, se eu posso ser melhor? A natureza me permite e me faz esse convite. Ser melhor não significa necessariamente encontrar uma novidade ou mudar 90, 180 ou 360 graus. Mas significa uma responsável decisão de refletir sobre minhas ações e razões e encontrar nelas as possibilidades ocultas. Não falo de sucesso ou fracasso do que se vive ou viveu, mas sim da crença de que saúde emocional é besteira, quando na verdade besteira é não vivê-la.
Voltando à questão das trends, é claro e evidente aonde elas levam: uma repetição de comportamentos comum, porém não normal. Comum é algo que vemos repetidas vezes, com frequência, é comum porque muitos fazem. Porém, trago para reflexão a questão do que é normal, da normalidade, esta que vem de norma = padrão. Aquilo que é normal tem referência de padrão, padronização, e as trends não se encaixam nos padrões.
Por isso, papai e mamãe, reflitam. O que é bom para o comportamento do meu filho (no caso as repetições) deve ser para mim motivo de reflexão para uma nova ideia. Por que ser o mesmo pai ou mãe, se posso ser melhor?
Deixo um super abraço e espero ter colocado em seu rosto não só uma interrogação para reflexão, mas também um belo sorriso de uma nova aprendizagem.
Até o próximo texto!
Adriana Magalhães
Neuropsicopedagoga