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No comando do maior parlamento da América Latina, André do Prado fala sobre a presidência

Deputado estadual abriu as portas da Assembleia Legislativa de São Paulo para a sua primeira entrevista exclusiva para um jornal impresso
O presidente da Alesp, André do Prado, recebeu a equipe da GAZETA em seu gabinete - Foto: Cecília Siqueira
O presidente da Alesp, André do Prado, recebeu a equipe da GAZETA em seu gabinete - Foto: Cecília Siqueira

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Quando iniciou a sua trajetória na vida pública, em 1992, como vereador da pequena cidade de Guararema, o hoje deputado estadual André do Prado (PL) garante que jamais imaginaria chegar ao comando da maior Assembleia Legislativa de toda a América Latina. A humildade que lhe fez passar por todas as esferas de governo em sua cidade de origem, entretanto, permanece como principal característica do político, que fez questão de escolher um veículo de imprensa de sua região (esta GAZETA) para conceder a sua primeira entrevista exclusiva para um jornal impresso.

Nesta edição o destaque fica para o cotidiano de André do Prado na presidência da Alesp. Na próxima semana, a GAZETA traz o segundo trecho do bate-papo, que trata dos rumos do PL nas eleições de 2024.

Confira os principais trechos da entrevista:

GAZETA: Presidente, a sua rotina mudou desde que assumiu o comando da Alesp, maior parlamento da América Latina. Como tem sido esse trabalho?

André do Prado: Olha, tem sido um trabalho intenso, realmente mudou a rotina do meu dia a dia, porque hoje é muito mais responsabilidade. São 94 deputados, e nós trabalhamos muito. Deus tem dado muita saúde para a gente poder trabalhar 16 horas todos os dias, tem sido essa a minha rotina, para poder corresponder à expectativa do meu cargo, porque diante de tantas adversidades que você tem que enfrentar em uma presidência, então você tem que se dedicar muito para que as coisas possam acontecer.

Mas estou tendo muito apoio de todos os deputados da Casa, os de situação e os de oposição, tenho vivido em harmonia, isso tem facilitado a pauta do dia a dia dentro da Assembleia, mas realmente todos os dias são um desafio a ser enfrentado. Caminhamos bem, estou feliz, estou muito concentrado, sabendo das minhas responsabilidades para com a Assembleia, para com o Estado, temos muitos desafios pela frente no Estado de São Paulo, e a gente tem trabalhado muito para poder ajudar o povo do Estado de São Paulo.

GAZETA: O senhor sempre foi reconhecido como um deputado que circula pelo Estado inteiro, que mantém a sua base. Ainda está conseguindo fazer isso?

André do Prado: Esse é o maior desafio, isto é, conseguir cumprir as agendas institucionais aqui da Assembleia, bem como conciliar o mandato. Então, esses primeiros meses foram um grande desafio, e isso devido ao grande número de atribuições da presidência.

Confesso que nos seis primeiros meses eu não consegui atender a minha base como eu gostaria, a base eleitoral das pessoas que me ajudaram. Mas os prefeitos, vereadores, as lideranças entendem. Entendem que nós estamos com esse outro compromisso, tiveram paciência, e agora já estamos organizando o nosso mandato para poder estar novamente lá perto, lá na ponta, lá na base, para poder ouvir os problemas, porque o nosso mandato tem que saber o que está acontecendo.

Então, eu tenho procurado agora, na medida do possível, uma, duas vezes por semana, tirar esse tempo também, para percorrer as bases agora e buscar as demandas, trazer essas demandas para dentro da Assembleia, e depois encaminhar essas demandas para a Secretaria de Governo, para que esses pedidos que a gente busca lá na ponta, das necessidades da população, pode depois se refletir em realidades e benefícios para a população.

GAZETA: Portanto, essa articulação permanece, seja para o Alto Tietê e para as demais regiões?

André do Prado: Todo o estado de São Paulo. Nós temos aí diversas áreas no estado que a gente trabalha, então o Alto Tietê é a nossa principal base eleitoral, mas nós temos o Vale do Ribeira, o Vale do Paraíba, hoje na Grande São Paulo. Nós crescemos muito em várias cidades, então estamos intensificando nosso trabalho também nessas cidades maiores da Grande São Paulo, e algumas cidades no interior de São Paulo também, que nos apoia desde 2010, e a gente tem procurado estar próximo.

GAZETA: Na parte administrativa houve, por exemplo, a inauguração de uma creche, correto?

André do Prado: A gente está procurando colocar algumas necessidades que a casa tinha em termos de infraestrutura, reformando plenários que eram necessários, reformando os gabinetes de deputados, trocando móveis, a questão de wi-fi. A questão da manutenção da Assembleia, como um todo, nós temos cuidado, porque é um prédio antigo e tem que estar sempre fazendo manutenção.

E também a questão do CEI (Centro de Educação Infantil) era uma necessidade dos funcionários da Casa, pois no passado a Assembleia tinha uma creche e ela mesmo era responsável e tinha esse atendimento para os funcionários, para os filhos dos funcionários. Porém, diante do alto custo que existia, a Assembleia fez por bem fechar a creche, o custo era muito alto diante da demanda que existia. Só que o prédio, como era um prédio grande, adequado para uma creche, nós fizemos um convênio com a Prefeitura de São Paulo, pelo qual a prefeitura vai administrar esse prédio e já abriu a creche. Além dos funcionários da Alesp, a CEI também vai atender os filhos de prestadores de serviços da Casa e aos moradores dos arredores do Ibirapuera.

GAZETA: O mandato do governador Tarcísio de Freitas entrou com várias pautas importantes logo no primeiro ano de gestão. Isso também fez com que o senhor precisasse se dedicar um pouco mais, nesse primeiro momento, aqui na Casa?

André do Prado: Sim, é um governo novo, uma Mesa Diretora nova, depois de 30 anos de PSDB, uma presidência nova, então, é natural uma readequação dentro da Casa, até política. Com isso, demora um tempo para a gente poder encaixar o trabalho. E por isso, desde o início do mandato, a gente tem procurado conversar muito com o governador, a base do governo tem se reunido constantemente com o governador, para poder alinhar o apoio político, para poder votar os projetos importantes aqui na Assembleia Legislativa.

Nós temos, por exemplo, o projeto de Reforma Administrativa aqui na Casa, nós temos o projeto de privatização da Sabesp, nós temos o projeto da PEC da Educação. Nesse estamos discutindo o fato de o Governo de São Paulo ser o único Estado do Brasil que gasta 30% com Educação. Então, o governador quer ter esses 5% a mais do que a Constituição exige [a Constituição exige 25% do orçamento para Educação] e deixá-lo flutuando tanto para a Saúde quanto para a Educação. Por quê? Porque temos um problema seríssimo na área da Saúde, e o governo quer colocar mais recursos na Saúde para poder diminuir as filas existentes.

GAZETA: O senhor mencionou vários projetos que, como o senhor disse anteriormente, vão de encontro ao novo modelo de governo aqui no Estado de São Paulo. Como é que o senhor avalia esse novo olhar do Tarcísio?

André do Prado: Olha, nós temos que ser bem claros que o PSDB deixou um grande legado no Estado. Temos grandes programas que hoje já estão consolidados no Estado. O Estado de São Paulo hoje é um dos poucos estados no país que não está com recuperação judicial. Então, é um orgulho para nós o Estado de São Paulo, que é o maior estado da federação e é praticamente um país. Então, isso foi um legado que o PSDB deixou. Programas consolidados como o Bom Prato, o Poupatempo, como creches-escolas, os hospitais, como AMEs.

Mas, nas últimas eleições, as pessoas votaram em um candidato com um pensamento mais liberal, que é o governador Tarcísio. O governador Tarcísio é uma pessoa muito qualificada, a gente convive com ele no dia a dia. Ele é acima da média. O histórico de vida dele, por onde ele passou, sempre foi o primeiro lugar em todos os vestibulares, todos os concursos públicos que ele passou. Então, é uma pessoa de um nível intelectual muito alto, que em pouco tempo que está em São Paulo, já conhece São Paulo mais do que muitas pessoas que nasceram e estão aqui a vida toda. E é uma pessoa muito pragmática, é uma pessoa muito trabalhadora e sabe onde quer chegar.

Então, por exemplo, ele sabe que quer levar o trem intercidades de São Paulo a Campinas, que é uma coisa que a gente espera há anos e a população necessita, porque hoje é impossível a questão rodoviária, trânsito para tudo quanto é lado.

E, por exemplo, São Paulo não parou nenhuma obra. Todas as obras que o governo anterior iniciou estão em andamento. O primeiro ano é um ano de acomodação de governo, é um ano de não deixar nenhuma obra parada. Isso está acontecendo na nossa região mesmo. Em Biritiba Mirim, a Estrada do Sertãozinho. A Estrada de Salesópolis a Santa Branca, que foi finalizada. A Estrada de Salesópolis a Guararema, que está sendo finalizada.

E vou citar mais uma aqui, para mim, emblemática, que já valeu o meu mandato: o Hospital Regional do Alto Tietê de Suzano. É o único hospital que o governador abriu esse ano. Já está em funcionamento, mas devemos inaugurar oficialmente agora, no dia 23 de novembro. E sabe quanto? R$ 50 milhões por ano de custeio. Isso já vale um mandato. Estamos há 10 anos brigando por isso. 10 anos lutando por isso. Já se passaram 10 anos por vários governos, que não conseguiram. Por quê? Porque são R$ 50 milhões de reais por ano. Não é só abrir o hospital, mas quanto custa você manter aquilo? É 50 milhões. Então, se eu somar meus 4 anos de mandato, só aí são 200 milhões de reais que eu consegui para a saúde.

GAZETA: Qual a expectativa com o Hospital de Suzano?

André do Prado: Quantas vidas vamos salvar lá? Vamos melhorar o Luzia de Pinho Médio, porque vai equilibrar o atendimento. E depois que você abre um hospital, ninguém mais fecha. Ao contrário, nós só vamos aumentar os atendimentos lá agora. São 200 leitos que estão lá hoje. O ano que já vem tem novos atendimentos de especialidades. E vai ser um hospital, daqui a uns 2, 3 anos, do mesmo patamar do Luzia de Pinho Médio. E poucas regiões estão com uma estrutura dessa.

GAZETA: O senhor elogiou a postura do governador Tarcísio. Seria possível o PL indicar o seu nome para ser o próximo vice-governador?

André do Prado: Não, não vislumbro nada. Eu nunca vislumbrei estar aqui na presidência da Assembleia. E para mim é o contrário. Eu queria ter organizado minha vida, estar mais na ponta, na base, convivendo na cidade, sabe? Fazer um mandato ainda mais próximo da população do que eu já fazia. Mas quando mudou todo esse quadro político no Estado, onde o PL saiu de seis deputados e foi para 19 deputados, meu nome veio meio que de maneira natural.

Eu não poderia, depois de 30 anos de vida pública, ser covarde e não aceitar o desafio que me convidaram para assumir a presidência da Assembleia, que é uma honra muito grande. Mas eu jamais almejei isso. Eu jamais almejei estar na presidência e nem sonhei com isso. Minha vida sempre foi assim, sempre trabalhando o dia de hoje.

Então, amanhã é muito tranquilo, na humildade, na transparência, sem subir para a cabeça. ‘Agora eu já quero ser vice-governador, governador. Esquece, nada disso, eu quero viver o dia de hoje. Esse quadro político, quem define lá na frente, são os dirigentes, são os presidentes. É uma composição, um conjunto que vai definir o futuro.

Lá na frente, depois de 30 anos fazendo parte da executiva estadual e nacional do partido, é lógico que participarei das decisões conjuntas com os dirigentes para poder escolher qual é o melhor nome, qual é o melhor caminho para o Partido Liberal.

GAZETA: Mas se o convite para ser vice-governador vier …

André do Prado: Como eu disse, é destino, é missão. Eu nunca fugi de desafio algum na minha vida, desde quando comecei a trabalhar com 12 anos de idade, na feira, sempre onde eu passei, procurei fazer o melhor feirante, quando eu tive o boteco, o melhor botequeiro, quando eu fui professor, o melhor professor, depois ser o melhor analista de sistemas, o melhor soldador. Então, sempre procurei fazer o melhor. Quando fui vereador, procurei ser o melhor vereador, vice-prefeito, secretário de Saúde, prefeito, sai com aprovação de 92% de governo, e lá culminou com o mandato como deputado. Então, as coisas na minha vida acontecem naturalmente. Eu coloquei na mão de Deus. Então, é Ele que vai decidir, como sempre decidiu, o rumo da minha vida.

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