Devido às más gestões anteriores, a https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração municipal está racionando até água e energia
Por Lailson Nascimento / Foto: Lailson Nascimento
“É uma judiação o que aconteceu com a cidade, inaceitável. A gente sempre torce para que o próximo gestor continue o trabalho, mas foi um desmando total, uma desorganização, e um olhar que só a Justiça pode dizer o que vai acontecer.” Com essas palavras é que o prefeito de Biritiba Mirim, Carlos Alberto Taino Junior (PL), o Inho, definiu a forma como encontrou a https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração municipal nesse início de mandato. Confiante em seu trabalho, ele entende que levará dois anos para corrigir os erros cometidos pelas gestões anteriores, mas assegura que a cidade vai se desenvolver.
Confira os principais trechos da entrevista:
Gazeta Regional (GR): Prefeito, qual a situação da prefeitura nesses primeiros 100 dias?
Carlos Taino (Inho): Na verdade, a situação está muito difícil. Assumimos a prefeitura com a questão orçamentária difícil e vamos levar uns dois anos para avançar. Um ano atípico, com a economia do país muito prejudicada, e a gente vê o sofrimento de todo mundo, da população, dos comerciantes, o desemprego. A gente sabia das dificuldades, que seriam muitas, mas o volume de problemas é uma coisa assustadora. A gente ainda está tentando descobrir o porquê de tudo isso, o tamanho desse rombo.
GR: Como está a arrecadação?
Inho: Biritiba Mirim é uma cidade que precisa e que depende dos repasses do Governo do Estado e do Governo Federal, então, automaticamente a arrecadação cai muito. Nós enxugamos a folha de pagamento, tiramos horas extras, deixamos de nomear 60% de cargos em comissões. Em dezembro do ano passado, a folha de pagamento estava ultrapassando o limite prudencial do Tribunal de Contas, acima dos 54%, e conseguimos diminuir nesse início. A economia entre encargos dá R$ 300 mil por mês. Por ano, dá R$ 3,9 milhões, incluindo o custo com 13º salário. Entretanto, 40% do orçamento está comprometido para dívidas. É uma conta impagável, mas nós vamos lutar. Estou revendo todos os contratos, já enxugamos alguns e cancelando outros.
GR: Quanto de dívida o senhor deixou em 2016, no seu segundo mandato?
Inho: Vamos além. Em 2009 eu assumi a Prefeitura de Biritiba Mirim com 28,74% de dívidas comprometendo o orçamento. E em meio ao caos, com cemitério lotado, coleta de lixo irregular, enfim, situação bem complicada. Quando entreguei a prefeitura, em 2016, o novo prefeito assumiu com uma dívida de 16,80% deixada por mim, uma diminuição de mais de 10%. Mas vale frisar que eu entreguei os prédios públicos todos em ordem, a frota renovada, ambulâncias, coletores de lixo, maquinários, enfim, as ruas organizadas. Hoje as ruas estão intransitáveis, cheias de buracos, os prédios públicos com vazamentos, sem estrutura, sem manutenção alguma, bem diferente do que eu deixei. A gente passa isso para que as pessoas possam entender. Mas fomos eleitos porque o povo acreditou que nós consertaríamos essa situação.
GR: Além da questão https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrativa, quais outros problemas a sua equipe encontrou?
Inho: A questão jurídica, por exemplo. A cidade ficou ‘a Deus dará’ esse tempo todo no sentido de que as ações contra a prefeitura não foram sequer questionadas. Encontramos mais de 2 mil processos, sendo que muita coisa correu à revelia. Nós estamos colocando a parte https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrativa, a parte financeira e, principalmente, o jurídico em ordem. Onde já se viu uma procuradoria não responder a um processo, deixar correr à revelia? O dano ao erário é enorme. Um verdadeiro desleixo.
GR: Apesar desse cenário, o que já foi possível realizar?
Inho: Tem muita coisa acontecendo. Já conquistamos junto ao deputado federal Marcio Alvino [PL] uma creche federal, uma escola federal e uma reforma de escola. A verba é do FNDE. A creche vai atender a região do Jardim Yoneda, Santo Antônio, enfim, da pista para baixo. Já a escola federal vai ser ao lado da creche Otávio Garcia Fernandes, no Jardim Takebe. Também haverá a reforma do Sandra Regina, que hoje possui a pior estrutura de toda a rede municipal. R$ 500 mil para essa reforma.
GR: E as obras que o senhor deixou em 2016?
Inho: Sobre a creche do Jardim dos Eucaliptos, o projeto foi aprovado, a prestação de contas também foi aprovada e agora só esperamos a assinatura do convênio para que a gente possa reiniciar a obra e entregar o serviço para a população. Também temos o Posto de Saúde do Jardim Castellano, que nós vamos rever. Em 2016 eu entreguei o prédio pronto e mobiliado. Só faltava pedir uma ligação de luz e fazer uma fossa séptica. Acabou se tornando outro prédio abandonado e a gente vai dar andamento ao que falta.
GR: Na saúde, o que tem sido feito?
Inho: Hoje nós estamos focados na questão da saúde pública. A prefeitura toda está empenhada, temos o gabinete de crise, todos trabalhando para que a gente possa fazer o melhor. As nossas vacinas são com horário marcado, para não ter aglomerações. Existia uma área https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrativa no PA (Pronto-Atendimento) que foi transformada em ala para Covid, com mais seis leitos. Fizemos barreiras sanitárias, detectamos a população flutuante, os destinos dessas pessoas dentro da cidade, para assim sabermos onde está o foco de aglomerações. Também conseguimos cilindros e mais ventiladores. Enfim, estamos unidos contra a Covid.
GR: O que mais podemos adiantar de novidades?
Inho: Vamos instalar câmeras de monitoramento. São equipamentos de alta qualidade, com reconhecimento facial, um projeto espelhado em Guararema. É o ponta pé inicial para fecharmos a cidade, com cerca de 60 câmeras. Também estamos focados no Plano Diretor, porque ele vai ajudar a destravar a cidade. Enfim, teremos um trabalho árduo, com economia, para colocar a casa em ordem. Essa é a regra. O respeito ao dinheiro público está em primeiro lugar. Pra se ter uma ideia, os servidores estão com a responsabilidade de economizar o que era gasto em luz e água em todos os prédios públicos. Temos que ter pés no chão sempre.