O ex-prefeito de Mogi das Cruzes e atual deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP) foi alvo de reportagem recente do jornal Estadão (um dos maiores do país). Além de atrapalhar uma possível indicação de seu nome para assumir um cargo no TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), a notícia serve como “munição” para eventuais adversários caso Bertaiolli tente se eleger prefeito de Mogi pela 3ª vez, em 2024.
Com o título “indicado de Valdemar para o TCE é acusado de superfaturar merenda escolar”, a referida reportagem traz à tona um suposto crime cometido pela gestão do ex-prefeito entre os anos de 2014 e 2015. De acordo com o Estadão, “no processo em que Bertaiolli foi denunciado, o Ministério Público aponta para um superfaturamento de R$ 3,4 milhões na compra de carne realizada pela Secretaria de Educação para a rede de ensino de Mogi das Cruzes.”
“Segundo o MP, a empresa Comercial de Alimentos Famaca, que forneceu os produtos entre 2014 e 2015, vendia o quilo de fígado por R$ 8,58 no varejo e cobrava R$ 16,30 do município pelo mesmo corte. O coxão mole tinha preço majorado de R$ 16,98 para R$ 24,90, de acordo com os promotores. Também foram apresentadas diferenças entre a quantia paga pela Prefeitura e o preço médio pelo qual os mesmos produtos foram adquiridos em outras cidades. Cada quilo de paleta de carne bovina, por exemplo, custou R$ 23 aos cofres de Mogi das Cruzes, ao passo que o valor médio desembolsado por outros municípios foi de R$ 11,35”, explica o texto assinado pela repórter Roseann Kennedy, do Estadão.
Vale lembrar que a Comercial de Alimentos Famaca pertencia ao grupo empresarial controlador da antiga rede de supermercados Maktub, que faliu em 2019.
O que diz Bertaiolli
Ao jornal Estadão, Bertaiolli garantiu que a ação movida pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) será anulada.
“A ação será anulada porque não houve má fé nem enriquecimento ilícito. Hoje, no Brasil, é impossível um prefeito de uma cidade do tamanho de Mogi das Cruzes não ter nenhum questionamento”, explicou o deputado federal, acrescentando que “o contrato já havia sido alvo de ação popular na qual ele foi absolvido das mesmas acusações e que, por isso, não pode ser condenado”, como traz a reportagem do Estadão. Sua defesa pede o arquivamento da denúncia.