Endividamento e falso emprego: o verdadeiro retrato do Dia do Trabalho

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Nesta semana, o Brasil celebrou o Dia do Trabalho e, como de costume, as Centrais Sindicais realizaram suas tradicionais festas.

Mas será que há algo a comemorar?

Embora o salário mínimo tenha recebido um aumento de 7,5% em relação ao ano passado, passando para R$ 1.518,00, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) calcula que o valor necessário para suprir dignamente as necessidades básicas de um trabalhador deveria ser de R$ 7.394,98.

Em termos internacionais, o cenário é ainda mais constrangedor. O trabalhador brasileiro recebe apenas US$ 251 por mês — ficando atrás da Bolívia (US$ 362), do Paraguai (US$ 350) e da Colômbia (US$ 323), segundo levantamento da Europortage.

Apesar de sermos a maior economia da América Latina, a renda média da população brasileira é de apenas R$ 3.378,00, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É verdade que o distinto leitor pode me chamar de desonesto, afinal, basta observar as estradas lotadas no feriadão. Não discordo. Mas cabe aqui uma reflexão mais profunda: segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 80% das famílias com renda de até R$ 4.800,00 estão endividadas — muitas vezes apenas para manter o padrão de consumo.

A taxa de desemprego, por sua vez, subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, conforme levantamento do IBGE.

Nesse contexto, muitas vezes, a vontade de voltar ao trabalho mascara uma realidade ainda mais dura. E é aqui que a sabedoria bíblica se torna relevante:

“Portanto, considerem atentamente como vocês estão ouvindo. A quem tiver, mais lhe será dado; de quem não tiver, até o que pensa que tem lhe será tirado.” Lucas 8:18

O desempregado, hoje, não apenas enfrenta a dificuldade de recolocação no mercado, mas também se torna alvo do golpe do falso emprego.

Nestes golpes, os criminosos pedem que a vítima preencha fichas online — mas, ao abrir o documento, o trabalhador acaba recebendo um vírus ou fornecendo todos os seus dados ao falso empregador. Em outros casos, exigem o pagamento de uma suposta taxa ou exame médico.

Antes de seguir num processo seletivo, fique atento: entre em contato diretamente com a empresa, nunca realize pagamentos e jamais informe seus dados pessoais sem a devida segurança.

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Uma resposta

  1. O trabalhador não tem um segundo de paz. Quando não recebe salários baixos, é alvo de golpes.

    Excelente texto!

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Economista formado na PUC/SP

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