Recentemente, o Governo Federal abriu a sacola de bondades: agora, o trabalhador celetista poderá conseguir um empréstimo consignado. O detalhe mais intrigante é que, ao tomar esse recurso emprestado, o trabalhador deixa como garantia o próprio dinheiro alocado no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
Segundo o governo, a taxa ficará entre 1,8% e 2,89% ao mês. Mas, se a intenção é realmente apoiar o trabalhador, por que não oferecer uma taxa de juros menor? Afinal, o risco no consignado é praticamente zero, já que o valor é descontado diretamente na folha de pagamento e ainda conta com o FGTS como garantia.
A ideia por trás desse empréstimo é dar um fôlego à economia, colocando mais dinheiro na praça. No entanto, estamos em um momento muito difícil: o Banco Central aumentou novamente a taxa Selic, que já está em 14,25% ao ano, e o consenso de mercado aponta que ela pode chegar a 15%. Isso significa crédito mais caro e uma economia mais lenta.
No longo prazo, a medida pode não ser boa para o trabalhador, que já pode estar no limite do endividamento. Isso se evidencia ainda mais quando olhamos os dados: segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76% das famílias brasileiras estavam endividadas em janeiro.
Mas como chegamos a esse cenário? A combinação de elevadas taxas de juros e a baixa renda média da população, em torno de R$ 3.120,00, resulta em uma economia que simplesmente não anda.
Então, como evitar fazer parte dessa estatística? Não é fácil, mas podemos adotar algumas estratégias práticas:
- Gaste menos do que recebe: Parece clichê, mas é fundamental cortar gastos que não sejam essenciais.
- Planeje sua vida financeira: Defina objetivos de curto, médio e longo prazo. Utilize planilhas ou um caderno de anotações para acompanhar suas metas.
- Eduque-se financeiramente: Aprenda sobre finanças para não cair em armadilhas que comprometam seu patrimônio.
- Crie uma reserva de emergência: Tenha recursos para situações imprevistas e evite depender de crédito caro.
- Renegocie suas dívidas: Priorize negociar diretamente com o credor, pagando a parcela do mês e, se possível, antecipando a última.
Em tempos de incerteza econômica e decisões políticas questionáveis, o melhor caminho é fortalecer sua saúde financeira e manter um planejamento sólido.