Na última segunda-feira (27), o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e deputado estadual, André do Prado (PL), esteve em Mogi das Cruzes para realizar uma visita técnica e anunciar a inauguração da Maternidade Municipal, ao lado da prefeita Mara Bertaiolli (PL) e do secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.
Na ocasião, o deputado estadual concedeu uma entrevista exclusiva à GAZETA, onde demonstrou personalidade e, sem hesitar, respondeu a questões polêmicas que envolvem o Governo do Estado de São Paulo. Confira:
GAZETA: A sua reeleição como presidente da Alesp por mais dois anos é uma possibilidade?
André do Prado: A eleição no mesmo mandato tinha que mudar a Constituição do Estado. Então, essa mudança foi feita pela Assembleia Legislativa, os deputados fizeram. Hoje é permitida a reeleição dentro do mesmo ano. Podendo ser somente uma reeleição, quer dizer, não pode ter duas, é uma só. O que me permite, dia 15 de março, colocar meu nome à disposição novamente como candidato à reeleição na Assembleia Legislativa como presidente.
GAZETA: O seu nome é um dos cotados para ser candidato a governador ou a vice-governador, caso Tarcísio de Freitas seja candidato à presidência do Brasil. Já tem algo definido em relação isso?
André do Prado: Olha, estou muito tranquilo com isso. O meu foco é na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Temos esse desafio de colocar o nosso nome agora como candidato a presidente da Assembleia. E vou continuar trabalhando.
Essa coisa de ser vice, ser governador, é uma coisa que não depende de uma decisão unilateral. Isso é um conjunto de decisões que têm que ser tomadas por todos os partidos que fazem parte do governo.
Tem a questão do próprio governador Tarcísio, que no momento oportuno vai ver quem que realmente tem o perfil para estar ao lado dele como vice ou alguém que ele apoie no momento oportuno também para ser candidato a governador.
Eu fico lisonjeado quando o meu nome começa a surgir, mas isso não me envaidece em nada. Tenho meu pé no chão, com muita tranquilidade. É continuar fazendo o trabalho que eu sempre fiz na minha vida.
O cargo que eu ocupo hoje é deputado estadual. Sou pago para isso e tenho que gerar resultados.
GAZETA: O senhor tem alguma novidade, melhorias ou benefícios que você pretende trazer aqui para o Alto Tietê?
André do Prado: Olha, isso aqui hoje (anúncio de inauguração da Maternidade Municipal de Mogi das Cruzes) é uma novidade, porque nós colocamos no orçamento do ano passado, recursos que são oriundos do orçamento do Estado de São Paulo, em torno de quase 40 milhões de reais que vão ser necessários para o custeio dessa maternidade e outros serviços que serão colocados nesse local.
Além disso, nós estamos batalhando para trazer mais hemodiálises aqui para Mogi das Cruzes e Suzano. Assim como, ampliar os serviços lá no hospital Estevam Galvão, que é o Hospital Regional.
Tem também a questão ferroviária. São R$ 14,4 bilhões de investimentos por parte do Governo do Estado. É uma concessão que será feita para a empresa vencedora para fazer a ampliação de Estudante até César de Sousa, reformar todas as estações, não só aqui de Mogi das Cruzes.
Enfim, vai ser uma remodelagem completa das linhas 11, 12 e 13, trazendo a linha 12 até a cidade de Suzano, e a linha 13 integrando tudo com a cidade de Guarulhos.
Então, só esse investimento aí que a gente está trazendo para a nossa região vai ser importantíssimo na questão de mobilidade ferroviária para a população que necessita usar trens.
GAZETA: Já houve uma tentativa de conceder as linhas 11, 12 e 13 aqui da CPTM, porém o leilão resultou em “deserto”. Gostaria de entender se o Estado possui outro caminho, caso isso aconteça novamente, para que essas melhorias sejam, de fato, realizadas aqui na região?
André do Prado: Já tem quatro players, quatro empresas, quatro grupos interessados em adquirir essa concessão. Então, não faltará players que vão participar do leilão. A gente espera que tenha uma briga grande lá, pois quanto mais empresas participarem é melhor e mais vantajoso para a população e para o Governo, que vai arrecadar mais.
Então, essa expectativa de “deserto” a gente não tem. Nós estamos muito otimistas que vai ter realmente players interessados e a concessão vai sair do papel. Não temos esse medo nessa licitação que vai ser feita agora no dia 28 de março.
GAZETA: Deputado, quanto à promessa que o governador Tarcísio de Freitas tinha feito que não ia ter pedágio aqui na região e está dando dois para a gente de presente. Qual a sua visão?
André do Prado: O pedágio já foi feito e a concessão do Litoral Sul já está em execução, já foi assinado o contrato. E quanto mais se passar, menos se paga, vai ser uma obra que vai ter vários investimentos aqui na nossa região também, tanto na Mogi-Bertioga, que terá investimentos enormes, quanto dentro da cidade de Mogi das Cruzes também, a intenção é fazer um anel viário também, dentro desse contrato da concessão do Litoral Sul que foi feito.
Então, isso é uma realidade que nós temos que conviver agora e tentar buscar o maior número de obras possíveis dentro desse contrato. Já é uma realidade e que nós vamos poder melhorar a questão do trânsito.
E tem muitas obras que a gente tem que ir atrás para buscar recursos para investimentos, umas que já estão planejadas, outras que podem ser aditadas, bem como também na região interna de Mogi das Cruzes, interligando somente a questão da Mogi-Dutra com a Mogi-Bertioga.
GAZETA: Apesar de ser do mesmo grupo, o senhor não acredita que o governador tenha agido de forma desrespeitosa com a nossa região? Dizendo em um momento que não teria e, em outro, fazendo acontecer?
André do Prado: Não, eu acredito que é o contrário. Quando ele vem aqui hoje, inaugurar e anunciar uma obra como essa, estamos falando em R$ 40 milhões que o governo está assumindo para abrir uma maternidade que ficou fechada por quatro anos, que os governos anteriores não fizeram e ele está fazendo. Então, isso eu acredito que é um respeito muito grande da parte dele.
As linhas 11, 12 e 13 também, são R$ 14,4 bilhões de investimentos, a Volta Fria, que também é uma obra grande e importante. Então, são essas obras aí que eu acredito que o governador vai poder atender e fazer.
GAZETA: Em relação a onda recente de violência empregada pela PM aos cidadãos, como é que o senhor tem enxergado essa postura?
André do Prado: Olha, todos os casos foram feitos de maneira errônea, isolados e todos estão tendo uma punição.
Tanto o secretário quanto o governador mandaram que se tomasse medidas enérgicas e imediatas para que essas atitudes não representam toda a corporação. São fatos isolados que aconteceram e que necessitam que medidas sejam tomadas.
O importante é isso: não admitir que os excessos ocorram diante de uma corporação que realmente faz, na minha opinião, um excelente trabalho e que os fatos isolados que aconteçam têm que ser punidos.
O fato isolado não pode parecer que é uma conduta de todos, porque não é. São milhões de chamados feitos anualmente, e se você pegar a quantidade de fatos isolados que ocorrem perto do trabalho que é feito, a gente tem que ver que tem uma aprovação alta e um trabalho feito de modo exímio pela Polícia Militar.
Agora, os fatos isolados têm que ser punidos. Quem saiu da conduta tem que ser cobrado e vai ser penalizado.