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Consciência Negra: entre simbolismos e realidades

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Estamos no mês da Consciência Negra, um período que deveria servir para reflexão e promoção de mudanças reais. Mas será que isso realmente acontece? Ou estamos presos a ações simbólicas que mascaram problemas estruturais?

A verdade é que a celebração de datas como o 20 de novembro expõe uma falha maior: o fracasso do Estado em proporcionar qualidade de vida a todos. Em vez de resolver os problemas na raiz, somos distraídos com “espelhos” – símbolos que criam a ilusão de pertencimento e progresso, mas que não atacam as desigualdades de forma concreta.

Os “espelhos” do progressismo

Para Karl Marx, a luta de classes é o motor das desigualdades sociais, e é inegável que interesses políticos frequentemente se aproveitam dessa dinâmica. No caso do progressismo, manter essa chama acesa serve como uma estratégia de poder. Ao invés de lutar por educação de qualidade para todos, defendem-se políticas paliativas, como as cotas, que muitas vezes são apresentadas como grandes conquistas sociais.

Mas será que entregar um diploma a um estudante que recebeu uma educação básica precária é suficiente? Não seria mais justo e transformador investir na base, garantindo igualdade de condições desde o início da formação? 

Essa política cria dependência, levando as pessoas a acreditarem que receberam um grande favor do Estado ou de seus governantes. No entanto, o que realmente foi entregue? Um símbolo de conquista, sem necessariamente oferecer liberdade intelectual ou oportunidades profissionais reais.

Enquanto isso, as elites progressistas contradizem seus discursos sobre igualdade, beneficiando-se de privilégios como isenções tributárias, mesmo enquanto defendem aumento de impostos. Essa incoerência enfraquece a credibilidade do discurso e mostra que, para alguns, a luta de classes é apenas uma ferramenta de manutenção de poder.

O verdadeiro caminho para a igualdade

Se queremos justiça social, o foco deve estar em atacar as raízes do problema. Isso significa lutar por um sistema educacional que prepare todos os jovens para competir de igual para igual, sem depender de políticas compensatórias. A liberdade verdadeira não é entregue por espelhos ou símbolos, mas por oportunidades reais de crescimento e autonomia.

É hora de questionar se as ações simbólicas que celebramos estão realmente construindo um futuro mais justo ou apenas perpetuando desigualdades disfarçadas de progresso.

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josue-coimbra

Economista formado na PUC/SP

Reportagens - 53