É comum que, com a chegada de algo novo, a precaução dê lugar à empolgação e as discussões acerca das disfunções da novidade só aconteçam quando elas ganham uma perigosa proporção. Principalmente quando estamos falando de evoluções tecnológicas.
Esse foi o caminho percorrido pela internet, as redes sociais, o celular e agora está sendo iniciado pelos diversos tipos de Inteligência Artificial. Verdade é que, em todos esses casos, os debates necessários sobre as implicações dessa convergência entre o homem e a máquina ainda não foram feitos.
Mesmo com evidências cientificas dos efeitos negativos do uso contínuo das redes sociais no desenvolvimento cerebral dos chamados “nativos digitais”, apenas agora, após mais de uma década, que começamos – e apenas começamos – a refletir sobre isso. Resta, portanto, o questionamento: deixaremos que isso se repita em relação às IAs?
Até então estamos, enquanto sociedade, nos deixando levar pelo sentido cômico ou nostálgico das ferramentas de recriação de imagens de artistas falecidos, mas será que teremos a mesma reação quando elas forem utilizadas para manipular um processo eleitoral, por exemplo?
Indubitavelmente este é um caminho sem volta e tão indubitável quanto é o potencial da tecnologia de gerar avanços reais para o desenvolvimento humano. Só precisa ser feito do jeito certo, com a devida atenção antes de disponibilizar ao público.
Nos rumos atuais, computadores farão arte e os artistas – assim como todos nós – não terão acesso nem à rabeira da carona.
