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Com 68 multas por dia, S. Isabel passa de ‘paraíso’ para inferno dos motoristas

Entre os anos de 2022 e 2023, o número de multas de trânsito aplicadas na cidade mais que triplicou, 'espantando' motoristas
Com a instalação de radares, município teve recorde de multas no ano passado
Com a instalação de radares, município teve recorde de multas no ano passado - Foto: Divulgação

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Àqueles que pensam em visitar o Paraíso da Grande São Paulo: cuidado, as chances de receber multas são grandes. Isto porque, de acordo com documentos aos quais a GAZETA teve acesso, o número de penalidades por infrações de trânsito disparou na cidade de Santa Isabel em 2023.

De acordo com os registros da prefeitura isabelense, entre janeiro e dezembro do último ano foram expedidas 24.896 multas de trânsito na cidade, ou seja, uma média de 68,2 multas por dia e 2,8 por hora. Um carro multado a cada 20 minutos.

O espanto aumenta ainda mais quando se nota que esses números são mais que o triplo de 2022, quando, ao todo, foram expedidas 7.410 multas.

Em 2024 há registros apenas dos meses de janeiro e fevereiro, que já apresentam números superiores ao mesmo períodos dos anos anteriores. Em 22, foram 1.568 no primeiro e 929 no segundo; em 23, apesar do recorde anual, foram 426 e 339 respectivamente. O presente ano, por sua vez, teve um início de ano mais rigoroso, com 2.162 multas em janeiro e 2.005 em fevereiro.

De acordo com o IBGE, existem 33.971 veículos registrados em Santa Isabel. Portanto, num cenário hipotético onde nenhum veículo tenha sido multado duas vezes, 73,2% dos motoristas isabelenses são infratores.

Esta, no entanto, não é a realidade. Como no caso do motorista de aplicativo Natan dos Santos Vasconcelos, 30 anos, há uma crescente sensação de “perseguição” por parte de alguns munícipes, “agraciados” repetidamente com penalidades, muitas vezes injustas.

Multado quatro vezes nos últimos tempos, ele conta que em duas das ocasiões, nas quais foi notificado por estacionar em local proibido, não estava sequer em Santa Isabel, fato que conseguiu comprovar a ponto de obter sucesso quando recorreu. “Foi sem pé e nem cabeça, porque nos dias que eles me deram [as multas] eu não estava no dia no local. Eu tive que ligar para a plataforma para a qual trabalho e pedir o relatório de corridas daquele mês”, explicou.

Nas últimas duas, o motivo mudou para o suposto não uso de cinto de segurança, o que ele declara improvável por conta de seu costume de utilizar o equipamento, das políticas de segurança da plataforma e o próprio sensor do carro, que apita.

DESISTINDO DA CIDADE – Vasconcelos relata ter desistido de trabalhar em Santa Isabel. Morador da cidade há oito anos, ele escolheu ir todos os dias para São Paulo ou Guarulhos trabalhar, para não correr mais riscos.

“Eu sou habilitado há 12 anos, já rodei São Paulo, Rio de Janeiro, vários lugares, e nunca tomei multa, só em Santa Isabel. E isso aí é de uns três anos para cá”, desabafou.

De acordo com o motorista, seu sentimento encontra par em diversos colegas de ofício, que também têm preferido sair da cidade para trabalhar.

Silêncio da Prefeitura

A GAZETA questionou a administração municipal sobre o assunto, mas não obteve respostas até a publicação desta edição.

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