13/02/2025
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Clientes da NotreDame reclamam de atendimento ruim no Hospital Santana

À GAZETA, pacientes relatam demora nos atendimentos, ineficiência e má vontade no serviço, que é pago; empresa se posiciona
Fachada do Hospital Santana, em Mogi das Cruzes (SP), que pertence à NotreDame Intermédica
Fachada do Hospital Santana, em Mogi das Cruzes (SP), que pertence à NotreDame Intermédica - Foto: Bruno Arib

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“Está uma porcaria, como sempre.” Essa foi a primeira frase dita pela cabeleireira Iara Shibakura, 49, quando abordada pela GAZETA na terça-feira (28). O alvo de sua contundente crítica é o Hospital Santana, em Mogi das Cruzes, que é gerido pela NotreDame Intermédica.

Nas últimas semanas, o nome da operadora ganhou grande repercussão na cidade por conta do processo licitatório que garantiu à empresa um novo contrato com a Prefeitura de Mogi das Cruzes. Mesmo sob críticas de servidores municipais, a empresa continuará responsável pelo plano de saúde que atenderá aos cerca de 6 mil servidores públicos municipais da prefeitura, Semae, Iprem e Cresamu. O valor final do contrato ficou em R$ 45.858.120,00 (R$ 490,00 por família).

Após receber relatos de leitores sobre o mau atendimento no já referido hospital, a reportagem então foi ao local para ouvir os pacientes, como a própria Iara, que estava acompanhando sua prima.

Também cliente da NotreDame, a cabeleireira falou que o atendimento ali é sempre demorado e as atendentes não costumam tratar os pacientes com educação. De acordo com ela, o maior motivo de sua revolta, no entanto, foi o tratamento dado a seu filho.

Ela conta que ele, por uma infecção no pé, precisou recorrer frequentemente ao hospital desde 2018 para fazer um tratamento que não foi efetivo – tanto que resultou na amputação do membro, em 2021. Na ocasião, ela conta que ele passou 19 dias internado e, neste período, só recebeu a visita do médico depois dela ir à ouvidoria do hospital.

Depois da experiência traumática, a família optou por continuar o tratamento em outro lugar e encontrou dificuldades até para isso. Segundo ela, quando solicitado o laudo para fazer a mudança, o médico responsável alegou que nunca havia atendido o rapaz. O documento só foi liberado depois de ela conseguir provar que não era verdade.

Outro grave relato foi o de Kelly Cristina Duarte, 43, uma consultora comercial que levava sua sobrinha para um atendimento. De acordo com ela, o tempo de espera na pediatria é sempre grande e frequentemente as atendentes justificam a demora com uma suposta queda no sistema.

Na data em questão, ela relata uma espera de quatro horas até o atendimento.

Outra reclamação foi sobre uma “má vontade” da equipe médica, que, segundo ela, costuma tirar longos horários de almoço e já chegou até a reclamar de ter de atender.

“Outro dia minha irmã trouxe minha sobrinha passando mal às 1h da manhã e a médica perguntou o que ela estava fazendo levando uma criança àquela hora, sendo que minha irmã trabalha o dia inteiro e trouxe na hora que a criança passou mal. É horrível mesmo”, conta.

O que diz a NotreDame

Procurada para se posicionar acerca das acusações, a NotreDame enviou a seguinte nota:

“Nos últimos meses, marcados por questões de sazonalidade, como excesso de chuva e amplitude térmica acentuada, é comum haver aumento nos atendimentos de pacientes com síndromes respiratórias na Região do Alto Tietê, a exemplo de viroses. O tempo de espera na Pediatria do hospital pode ser eventualmente maior que o habitual, em virtude da alta demanda dos pacientes.

O compromisso da unidade é sempre prestar a melhor assistência aos clientes. Por isso, também orienta que medidas de atenção à saúde básica, além do trabalho preventivo de profissionais da saúde, são fundamentais para conter as doenças que causam esse quadro clínico.”

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