Por sua quantidade de bairros e população, um dia a região quis se desmembrar de Mogi
Por Will Siqueira / Foto: Bruno Arib
O distrito de Brás Cubas é o mais populoso de Mogi das Cruzes, com mais de 114 mil habitantes, segundo o último senso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Portanto, pode-se dizer que é uma cidade dentro de outra cidade. Seu nome se dá em homenagem ao fidalgo e desbravador português Brás Cubas, um dos fundadores de Mogi das Cruzes, em 1560.
Existente como bairro desde 1940, sendo transformado em distrito em 1953 por meio de uma lei estadual (segundo dados da prefeitura), Brás Cubas e seus 38,523 quilômetros quadrados comportam hoje 29 escolas municipais, 24 creches, farmácias, perfumarias, cafeterias, lojas de departamento, de roupas e calçados, três supermercados, diversas agências de banco, uma delegacia em funcionamento por 24 horas – que é o 2º Distrito Policial – e um hospital municipal.
A região é muito forte devido ao seu comércio e à chegada de microempresas nos últimos anos. Na década de 1950, sua população aumentou por causa da instalação da Estação Férrea, pela qual chegavam mogianos do centro da cidade e imigrantes que trabalhavam nas fábricas que haviam no bairro.
Importância
Brás Cubas também é fundamental para definir o destino político do município sempre que há disputa para eleger um novo prefeito (ou reeleger quem já ocupa a prefeitura), visto que no bairro há a Escola Estadual Professor Galdino Pinheiro Franco, aonde 9.295 pessoas votam, sendo o maior colégio eleitoral da cidade – Mogi tem atualmente 319.826 eleitores, conforme levantamento realizado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para as eleições de 2020.
Separação
Brás Cubas existe há 67 anos como distrito e comemora seu aniversário em 30 de dezembro. Entretanto, em 1964, tentou se emancipar de Mogi, porém não conseguiu, pois o governo municipal da época não aceitava o fato de que, se isso acontecesse, o bairro de Jundiapeba (que hoje também é um distrito) iria pertencer a Brás Cubas, pela geografia da região. E Mogi perderia espaço, já que o Estado pretendia construir um aeroporto internacional em um dos bairros de Brás Cubas – e Jundiapeba poderia ser um deles –, mas isso não aconteceu. Guarulhos foi a contemplada e, portanto, não houve a separação.