Kalunga, na língua banto, significa um lugar sagrado e de proteção. Tem muitos significados, incluindo a interpretação religiosa que associa a palavra à divindade dos mares. Kalunga também representa o mar que separou os africanos sequestrados das terras desconhecidas onde enfrentaram trabalho forçado e atrocidades.
Esse termo multilinguístico abrange a grandeza e a imensidão, ligando-se a deus, ao mar, a uma língua, a um povo e ao movimento de aquilombamento no Brasil. Kalunga é também como eram chamados os descendentes de africanos escravizados que fugiram das minas de ouro e formaram comunidades autossuficientes, vivendo isolados por mais de duzentos anos perto da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Em um país onde a história do negro foi frequentemente silenciada e negada, é urgente refletir sobre a escravidão e como ela moldou nossa sociedade. Santa Isabel, com sua “abolição” antecipada entre 22 e 29 de fevereiro de 1988, carrega uma forte influência negra na sua história e nas lutas abolicionistas.
“A Luta é o Mar que Nos Une!” Esse lema será o foco durante todo o dia 22 de novembro no Auditório Dona Ofélia Cianflone no evento realizado pela prefeitura de Santa Isabel. O evento contará com palestras e rodas de conversa sobre esses temas importantes.
Emerson Bicudo, secretário municipal de Arte e Cultura, destaca que essa é uma grande oportunidade para refletirmos sobre racialidade, apagamento histórico e a união necessária para combater o preconceito. “Aproveitamos esse dia para iniciar reflexões que devem acompanhar todo o trabalho da nossa secretaria de Cultura durante o ano inteiro”, afirma.
Acompanhe a programação:
DATA: 22 de novembro
15h
Bate Papo: “Os limites entre Apropriação Cultural e Apreciação Cultural”
Convidados: Associação Afro e Craques do Amanhã
19h
Palestra de Abertura: “Rosário dos Pretos e Irmandades”
Palestrante: Cynthia Maria Joaquim
19h30
Palestra: “A importância da preservação das tradições culturais, sociais e da história oral”
Palestrante: Lailson Vinícius Nascimento dos Santos
20h
Palestra: “Hierosofia Religião de Matriz Afro”
Palestrante: Carlos Augusto Trinca Morini
20h30
Gira de Conversa – Debate
21h
Encerramento: Roda de Capoeira com a Associação de Capoeira Beija Flor
Local: Auditório Dona Ofélia Cianflone – Avenida República, 118 – Centro
Entrada livre e gratuita