Abril é o Mês da Conscientização sobre o Autismo, um período dedicado a ampliar o diálogo,
combater estigmas e reforçar a importância da inclusão. Diante dos desafios que muitas pessoas
enfrentam após o diagnóstico, é fundamental destacar histórias que evidenciam a resiliência e a
força necessárias para superá-los.
Nesta edição, a GAZETA apresenta um exemplo de superação: o escritor autista Richard Arruda, 42, que, mesmo diante de inúmeros obstáculos, já publicou quatro obras literárias, a última delas acaba de ser lançada. Por meio da escrita, ele visa proporcionar momentos de lazer e reflexão.
Professor de História apaixonado por Arqueologia e Museologia, Richard conta que, desde a
infância, sempre foi muito introspectivo, devido à dificuldade de interação social. Como forma de
refúgio, encontrou na escrita um meio de expressar sua visão de mundo.
Já na vida adulta, recebeu o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista), o que trouxe um
novo entendimento, tanto para ele quanto para sua família, sobre os desafios enfrentados ao longo
da vida, principalmente em relação à introspecção e ao desenvolvimento tardio. Até então, seu jeito
de ser era pouco compreendido por todos ao seu redor.
Apesar das dificuldades, Richard superou os desafios, apaixonou-se pela escrita e publicou três
obras: O Despertar do Fascínio por Intermédio da História (PoD Editora), A Correnteza da
Libertação (Editora Ases da Libertação) e O Tesouro Escondido na Casa dos Alves (Editora Escola
Cidadã), seu primeiro livro infanto-juvenil. Todos os livros podem ser adquiridos pelo site das
respectivas editoras ou pela Amazon.
Recentemente, ele lançou mais um livro, agora, em homenagem aos Cavaleiros do Zodíaco,
intitulado “A Esperança e o Clamor da Nossa Existência”, publicado pela Rara Publicações. A obra
emocionante mistura autobiografia, mitologia e cultura pop. Por meio da trajetória de Alexandre, um
homem de 45 anos, o livro revisita lembranças da infância à vida adulta, revelando como valores,
esperança e serenidade foram moldados pela mitologia grega e, especialmente, pela marcante
influência do mangá japonês Saint Seiya.
Para Richard, cada livro é uma nova conquista. Para as pessoas diagnosticados com TEA, um
exemplo a ser seguido.
“Hoje, na minha vida adulta, eu posso dizer que se Deus permitiu que eu conseguisse escrever
quatro livros, ter uma vida de autonomia, trabalhar, poder realizar as coisas que eu almejo, todos
podem conseguir. Depende da resiliência e do esforço da pessoa, porque só há uma conquista se
houver um sacrifício. Para isso, é preciso abdicar de muitas coisas.”
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