Na manhã desta terça-feira (24), a DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Mogi das Cruzes empreendeu uma operação na cidade de Praia Grande, onde prendeu Fabiana Manzini, 40, acusada de integrar uma facção criminosa, na qual atuava como uma espécie de “mensageira” de traficantes entre presídios. Ela é esposa de Anderson Manzini, braço direito do sequestrador, bastante conhecido na região de Campinas, Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.
Fabiana entrou no radar da investigação quando, em junho deste ano, foi presa numa casa em Itaquaquecetuba onde foram encontrados 40kg de maconha. À época, o dono da casa assumiu toda a responsabilidade pelos entorpecentes e declarou que a mulher estava no local apenas visitando, o que a fez ser liberada.
A equipe da DISE, no entanto, continuou a investiga-la, estranhando seu estilo de vida, como contou o delegado da unidade, Fabrício Intelizano:
“Na época ela foi ouvida e liberada, mas a gente olhou e pensou que a história estava muito esquisita. Quando a gente descobriu quem era ela e, principalmente, o marido dela, aí que ascendeu a luz vermelha. Ela não faz nada da vida, vive uma vida de rico que mora na praia, vai para a academia, vai para a praia, e não tem nenhuma ocupação lícita.”
De acordo com o policial, Fabiana desempenhava um papel de “pombo correio”, servindo de ponte entre o marido, que está preso, e outros integrantes do grupo presos, para que se coordene a atividade do tráfico. Isso foi constatado porque foram presos com ela diversos celulares e uma série de cartas escritas entre os bandidos. “Parecem conversas de Whatsapp”, conta.
Essa, porém, nem sempre foi a atividade principal do grupo chefiado por Andinho. Ainda segundo o delegado, a quadrilha era especializada em sequestros, mas acabou por migrar para o tráfico de drogas depois dos líderes serem presos.
Questionado, o delegado descarta a possibilidade de Fabiana estar envolvida também no período dos sequestros.
APREENSÃO – Até o momento da publicação desta reportagem, a mulher está detida em Mogi das Cruzes, mas o delegado do DISE admite estar tentando transferi-la para um presídio o mais rápido possível, para evitar uma tentativa de resgate. A apreensão se dá por conta do alto grau de periculosidade do marido, Anderson, que é classificado como mais agressivo até que o próprio Andinho.