Nesta última semana, o debate público no Brasil foi inundado por uma onda de informações imprecisas sobre o ato, estabelecido pelo Governo Federal no início deste ano, que estabelecia o monitoramento de transações via Pix. Difundiu-se a ideia de que ele significava uma taxação sobre o modelo.
A medida, porém, previa que movimentações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas deviam ser informadas à Receita Federal, de modo a combater crimes como a sonegação de impostos. Esse tipo de monitoramento já é feito em outros tipos de transferências, tendo sido incluído apenas a modalidade do Pix.
A GAZETA, portanto, foi às ruas de Mogi das Cruzes e constatou os efeitos da onda de mentiras sobre a população. Exemplo disso é a costureira Iolanda Montero, 35, que disse ter entendido que o governo cobraria impostos sobre todas as movimentações que recebesse.
“Imagina para mim, que sou costureira e recebo tudo pelo Pix. Eu tenho quatro filhos. Ia sair perdendo”, disse ela, completando que “não queria mais saber do Pix”. Depois de toda a confusão, ela conta que compreendeu a situação.
Mesmo não se tratando da implementação de impostos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, na quarta-feira (15), a revogação da medida.
Como água morro abaixo e fogo morro acima, a propagação de fake news tem efeitos irreversíveis. Mesmo depois de entender a situação, o comerciante Eunides Batista da Silva Júnior, 59, mantém o temor da taxação. “Parece que voltaram atrás, o que não quer dizer que, lá na frente, a coisa possa acontecer novamente”, opinou.