Nesta semana, observei um aumento nas discussões nas redes sociais sobre um tema intrigante: “Os plásticos causam autismo?”. Achei relevante trazer este tópico para uma breve reflexão.
Uma pesquisa publicada na revista científica Nature Communications revela que a presença de bisfenol A (BPA), um componente plástico, no útero materno pode estar associada a um maior risco de comprometimento no neurodesenvolvimento do bebé.
Diversos estudos indicam que o BPA pode ser prejudicial à saúde, sendo que em vários países o seu uso é restrito ou proibido. No Brasil, por exemplo, a Anvisa proibiu, desde 1 de janeiro de 2012, a venda de mamadeiras e outros utensílios para lactentes que contenham BPA.
É fundamental destacar que o assunto é bastante complexo. De maneira simplificada, é possível compreender que o BPA imita a estrutura e a função hormonal do estrogénio, o que pode interferir em processos corporais importantes, como o crescimento, reparo celular, desenvolvimento fetal, níveis de energia e produção hormonal.
Essa interferência é a base da pesquisa científica, que sugere que o BPA pode ter um impacto mais significativo em bebês do sexo masculino. O BPA é amplamente utilizado na fabricação de garrafas de água, recipientes de armazenamento de alimentos e embalagens plásticas, além de ser encontrado em revestimentos internos de latas de alimentos e bebidas, onde atua para evitar a corrosão.
Contudo, é importante frisar que a pesquisa NÃO afirma que o BPA causa autismo. O que foi observado é que mulheres grávidas, cujos filhos meninos foram diagnosticados com transtorno do espectro autista, apresentaram níveis mais elevados de BPA.
Estudos também indicam que o ácido 10-hidroxi-2-decenóico (10-HDA), quando utilizado em doses apropriadas, pode contribuir para a melhoria do quadro clínico.
Essas são informações valiosas que devem ser compreendidas com cautela e responsabilidade, pois somente profissionais qualificados podem oferecer orientações seguras. Decidi abordar este tema justamente para que futuras mães e pais tenham conhecimento dessas informações e busquem orientação confiável, evitando cair em promessas milagrosas e sem base científica.
Por fim, embora o tema seja complexo, podemos adotar algumas precauções quanto aos utensílios usados em casa para a segurança da nossa família:
- Verifique as informações do fabricante e certifique-se de que o produto não contém bisfenol A (BPA). Em caso de dúvida, é melhor não adquirir ou descartar o que está em uso.
- Descarte plásticos que estejam quebrados, lascados ou arranhados.
- Considere a utilização de utensílios de vidro como uma excelente alternativa.
Informar-se é uma das melhores maneiras de garantir a nossa segurança. Procure sempre fontes confiáveis que ofereçam informações de valor.
Adriana Magalhães – Neuropsicopedagoga
Fonte de pesquisa e informação: https://www.nature.com/articles/s41467-024-48897-8