Ao chamar a responsabilidade de reconstrução de Poá para si, Márcia Bin deixa sua marca
Por Lailson Nascimento / Foto: Bruno Arib
Primeira mulher a exercer o cargo de prefeita de Poá, Márcia Bin (PSDB) encerra o mês de homenagens às mulheres comemorando outra data: o aniversário de emancipação político-https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrativa de Poá. Nascida e criada em Poá, ela fala das glórias da cidade no passado e do trabalho de reconstrução em seu mandato. Confira os principais trechos:
GAZETA: Prefeita, Poá está comemorando 73 anos …
Márcia Bin: Pena que, infelizmente, eu assumi uma cidade totalmente quebrada, com a perda de arrecadação de R$ 156 milhões, e fica difícil. As pessoas cobram um pouco da minha pessoa, como prefeita, porque eles pensam que é igual à época do Testinha [ex-prefeito Francisco Pereira de Sousa), que tinha toda essa arrecadação.
GAZETA: A senhora vem tomando medidas que visam corrigir o orçamento, correto?
Márcia: Essas medidas deveriam ter sido tomadas desde 2017. Com essas medidas que tomei, como dispensar os funcionários que já estavam aposentados, mas continuavam em atividades, redução de 20% do salário tanto do prefeito, como dos secretários, cortamos as horas extras, então, eu fiz um monte de adequações para a cidade poder se equilibrar financeiramente. Medidas impopulares, mas necessárias. Senão, eu não estaria conseguindo governar a cidade hoje. Uma folha de pagamento com quase 70% quando eu assumi, então, teve que colocar isso na balança para a cidade poder começar a caminhar.
GAZETA: O que foi mais difícil cortar?
Márcia: Ter que despedir os aposentados foi bem complicado. Eu não queria entrar no governo já tomando esse tipo de medida. O congelamento do VA (vale-alimentação) também foi muito duro, porque a gestão anterior havia aumentado para R$ 400,00, mas a cidade não comporta isso. Dá mais de R$ 1 milhão só de VA. Mas as coisas estão melhorando, tanto que enviamos um projeto para a Câmara Municipal para o VA voltar a R$ 200,00.
GAZETA: E quais são as novidades para esse ano?
Márcia: Estamos terminando a Praça de Eventos, que deve ser entregue em abril. O Balneário também está em andamento, e vai ser uma grande atração turística de Poá. Até porque a cidade não perdeu o título de Estância Turística, graças ao nosso trabalho.
GAZETA: Faltou diálogo da Secretaria Estadual de Turismo com a Prefeitura de Poá?
Márcia: Faltou. Assim que eu assumi, eles tinham que vir conversar conosco para saber o porquê que a cidade chegou a esse ponto. A gestão anterior não alimentou o sistema da Pasta estadual, dando a entender que Poá não tinha mais nada no setor. E nós temos, como é o caso da Festa da Orquídea, que acaba atraindo muitas pessoas de fora.
GAZETA: Em termos de obras, o que vem por aí?
Márcia: Consegui R$ 12 milhões, junto ao Governo do Estado, para concluir a segunda alça do viaduto da área central. É uma obra que estava programada desde a época do mandato do Testinha, e apesar de ser uma necessidade, só está saindo do papel agora. Também estamos para retomar as obras da UPA de Calmon Viana, e logo teremos novidades. Sem contar a demolição do antigo Fórum, que está parado desde 2009 e, agora, vai dar lugar a outro serviço público.
GAZETA: Porque o Hospital Guido Guida foi terceirizado?
Márcia: Ainda bem que conseguimos terceirizar o serviço do Hospital Guido Guida. A gente gastava R$ 4,5 milhões, e agora gastamos R$ 2,5 milhões. Hoje, a estrutura nem se compara. É muito difícil manter um hospital 100% pelo município, ainda mais por conta dessa queda de arrecadação.
GAZETA: Portanto, a senhora acredita que vem fazendo um bom mandato?
Márcia: Estamos reconstruindo Poá. Por exemplo, quando eu assumi o mandato, só tinha uma câmera de segurança funcionando. Agora, temos 45 em funcionamento, e logo vamos ampliar o programa para os bairros. Teremos 72 câmeras. Sem conta o uniforme escolar, sete novas máquinas, o programa ‘Poá+Luz’, entre outros benefícios.
GAZETA: A senhora é a primeira mulher a exercer o cargo de prefeita de Poá. Qual o desafio nesse sentido?
Márcia: As mulheres têm que participar mais da política. Hoje nós temos muita falta de mulheres no poder. Na Câmara Municipal, por exemplo, há somente duas vereadoras. Uma, inclusive, é a minha filha, com muito orgulho. Ainda existe o machismo, e é por isso que precisamos ocupar os espaços.
GAZETA: O que a população pode esperar do restante do mandato?
Márcia: Pode esperar muito trabalho. Quero deixar a minha marca. Homem nenhum teve coragem de tomar as medidas econômicas que tomei. Então, tenho muito orgulho de ser mulher e tomar essas decisões. Todo mundo vai ver a melhoria na cidade por conta dessas ações. Só peço mais um pouco de compreensão da população, porque assumi uma cidade perdida financeiramente, com estrutura sucateada, com uma má gestão, mas estamos trabalhando pela recuperação.