Toda pessoa que mora ou ao menos conhece a cidade de Itaquaquecetuba sabe que há um acontecimento anual que há décadas não deixa de ocorrer: as enchentes na Vila Japão. Localizado bem próximo ao leito do Tietê, o bairro, assim como outros da cidade, sofre com as cheias do rio em todo período de muita chuva, principalmente durante o verão.
De acordo com moradores da região ouvidos pela GAZETA, neste ano o problema ocorre desde meados da última semana de janeiro. Durante a visita ao bairro, a reportagem não pôde deixar de notar a grande quantidade de pessoas que, por conhecer a infalibilidade do evento, deixam suas botas de borrachas a postos para poder sair às ruas.
Este é o caso do https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrador de empresas William Moraes Calisto, 45, que, mesmo morando a cerca de 200 metros de distância do rio, teve de adotar o acessório em seu dia-a-dia. Ele relata também que tem observado o nível da água subindo mesmo em dias que não chove, evento para o qual tem explicação: “Muitas vezes nem ocorre a chuva aqui, grande parte das vezes chove em outros lugares, como Mogi e Suzano, e quem acaba pagando por isso é quem mora aqui.”
Em discurso feito durante um evento na última segunda-feira (6), o prefeito Eduardo Boigues (PP) corroborou com o diagnóstico de William.
“Se chover lá em Mogi das Cruzes, de 12 a 16 horas, as águas de lá vêm para Itaquá. A gente precisa marcar uma reunião com o Governo do Estado agora, para cobrá-los imediatamente o desassoreamento do Rio Tietê no trecho que sai de Itaquá sentido à Barragem da Penha. Esse gargalo é nosso, mas é obra do governo do estado”, disse.
Mais tarde, no mesmo dia, quando questionado pela GAZETA, Boigues também destacou que, para mitigar os efeitos da chuva nos bairros da Vila Japão e Maria Augusta, há uma obra a ser iniciada nos próximos dias: “Já terminou a licitação do Governo do Estado, a empresa já foi escolhida e já está para entregar o relatório final que vai nos posicionar em relação às obras nesses bairros para que a gente possa minimizar esse problema.”
Procurado, o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão estadual responsável, em nota, confirmou a informação dada pelo prefeito, acrescentando que o valor a ser investido é de R$ 1,06 milhão. O órgão não respondeu à pergunta sobre eventuais projetos para resolver o aumento do nível das inundações por efeito de chuvas em outras cidades.
LEIA TAMBÉM: Condemat cobra apoio do DAEE para encarar período de enchentes