Presidente dirige legislativo em meio à tormenta e vai entregar o comando em águas calmas
Por Aristides Barros / Foto: Bruno Arib
Navegar é preciso: e o presidente da Câmara de Poá, Diogo Reis da Costa (PTB), o Diogo Pernoca, se espelhou na frase para comandar o Legislativo poaense quando um mar revolto se abriu na cidade após a saída do banco Itaú, o que fez as finanças do município naufragarem no buraco aberto pela debandada da sede da instituição, provocando uma lacuna milionária nos cofres públicos.
No “pós-Itaú”, o repasse de R$ 24 milhões que a prefeitura fazia à câmara caiu para R$ 11,9 milhões. “Trabalhar com o cofre cheio é fácil, já em meio a uma crise, é complicado”, disse Pernoca.
Ele teve de adotar medidas duras para aplacar os problemas: demitiu funcionários comissionados e toda a assessoria dos 17 vereadores – cada parlamentar tinha dois assessores –, reviu e cancelou contratos de prestadoras de serviço à Casa de Leis, devolveu 13 carros da Câmara ao Executivo.
“Fizemos uma grande economia e, com isso, devolvi, no ano passado, R$ 500 mil para a prefeitura”, revelou.
Afeto aos embates, outro trabalho, feito juntamente com a Mesa Diretora, que foi aprovado, com resistência de alguns colegas da edilidade, é a redução de 17 para 13 vereadores na Câmara. A redução já é para 2025.
“É mais uma das medidas que estamos tomando para driblar a falta de recursos da cidade. A diminuição de cadeiras no Legislativo ocasionará uma economia anual de R$ 1,35 milhão”, prevê.
O contingenciamento de verbas tanto no Legislativo como no Executivo, que também teve de apertar o cinto, foi respondido com críticas pesadas pelos que foram afetados pelas medidas e resultaram em vários protestos no entorno e até dentro da Câmara, com alguns atos descambando para a violência, contida pela GCM e PM. “Foram dias tumultuados”, frisou Pernoca, ao receber a reportagem no gabinete da Presidência, na manhã de terça-feira (22).
O vereador afirma que https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrou bem a Câmara, antecipando que, em 31 de dezembro deste ano, vai entregar o cargo de presidente com o Legislativo sem nenhuma dívida.
O futuro político do município depende do povo poanse
Diogo Reis da Costa, o Diogo Pernoca, está no curso de seu terceiro mandato. Ele foi eleito já na primeira vez que disputou o cargo, e venceu as duas eleições subsequentes. Atingiu o ápice no Legislativo ao assumir a presidência da Câmara poaense e, diz ele, não vai mais disputar o cargo de vereador.
Indagado se lançará candidatura a deputado, refutou a ideia. Já quando questionado se intenciona uma candidatura a prefeito de Poá, ele respondeu: “Ainda não.” “Mas, se houver consenso pelo meu nome junto ao povo, sim”, ponderou.
Cristão, casado há cinco anos com Léia Moraes Costa, com quem tem a filha Isabel Moraes Costa, de dois anos, o político estreou na vida pública mandatária aos 23 anos e, hoje, “chama” a juventude para a participação na política eletiva.
“Eu entrei novo, não tinha experiência nenhuma, mas tinha boas propostas de trabalho para a cidade, o que venho aplicando. Todo jovem é idealista e é com esse idealismo que deve entrar e continuar fazendo e exercendo política caso queira tê-la como atividade”, concluiu.