De Cafu à elite do Paulistão: IAC renasce em Itaquá com sonho grande e pés no chão

Clube que revelou o capitão do penta aposta em estrutura, base sólida e gestão profissional para recolocar Itaquá no mapa do futebol paulista
Foto: Divulgação / IAC

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Neste aniversário de 465 anos de Itaquaquecetuba, o futebol também está em evidência. Com apenas seis meses de filiação à Federação Paulista, o Itaquá Athletico Clube (IAC) já dá sinais de que veio para fazer história. Com base forte, elenco competitivo e uma estrutura que impressiona, o clube aposta em formação de atletas, responsabilidade social e planejamento de longo prazo para, em até dez anos, alcançar a Série A do Campeonato Paulista. O projeto, no entanto, tem raízes bem mais profundas — e um passado que já revelou ninguém menos que Cafu, o capitão do penta.

Refundado oficialmente neste ano, mas com uma história iniciada há mais de duas décadas, o IAC nasceu da paixão e da experiência de José Chiotti. Nascido e criado em Itaquaquecetuba, o atual presidente do clube tem mais de 12 anos de atuação como empresário de atletas e decidiu, junto a dois sócios, reerguer o antigo time da cidade com uma nova proposta: profissionalizar o futebol local e oferecer oportunidades reais aos jovens da região.

Foto: Cecília Siqueira

“Vimos uma lacuna enorme no Alto Tietê. Uma região com mais de 4 milhões de pessoas, sem um clube de alto rendimento estruturado. O IAC veio para mudar isso”, explica Chiotti.

Oportunidade

Hoje, o clube atende mais de 200 atletas nas categorias que vão do sub-11 ao sub-20, com 50 jovens hospedados em alojamentos próprios. A equipe conta com mais de 50 profissionais envolvidos diretamente, de treinadores e fisioterapeutas a nutricionistas, psicólogos e advogados. O apoio da Prefeitura de Itaquaquecetuba, por meio da Secretaria de Esportes, também tem sido decisivo: “Sem os campos municipais e a estrutura oferecida, nada disso seria possível”, completa o presidente.

Entre os motivos que inspiraram o ressurgimento do clube está a figura de Cafu. Sim, o capitão da Seleção Brasileira na conquista do penta, em 2002, começou a carreira justamente no antigo IAC. E ele não foi o único: nomes como Gilmar e outros talentos da cidade também passaram pelas fileiras do clube em sua primeira encarnação.

Agora, o objetivo é ir além. “Queremos, sim, estar na elite do futebol paulista em cinco a 10 anos. Mas sabemos que isso só será possível com estrutura sólida e trabalho sério”, diz Chiotti. O IAC já entrou com pedido para receber o selo da CBF de Clube Formador, um reconhecimento que garante credibilidade e abre portas para futuras negociações.

A aposta na base é total. O IAC já disputa o Campeonato Paulista em todas as categorias e planeja, já para o próximo ano, o lançamento do time profissional, com foco inicial na competição Sub-23, a quinta divisão do estadual. “Sabemos que o futebol paulista é o mais competitivo do Brasil. Mas temos condição de chegar, passo a passo. Nosso planejamento é de médio e longo prazo”, completa o presidente.

Comandando a gestão esportiva do IAC está uma equipe jovem e experiente. O diretor executivo Gabriel Alexandre, de apenas 25 anos, cresceu dentro de clubes. Filho do atual diretor de futebol, Sérgio Alexandre, Gabriel acumula passagens pelo futebol dos Emirados Árabes, Espírito Santo e interior paulista. “É um trabalho de médio e longo prazo, mas a cidade abraçou o projeto. Em janeiro queremos estar na Copinha, e logo depois, iniciar o trabalho com o time profissional”, adianta.

E, como Cafu um dia mostrou, não há sonho grande demais para quem tem raízes firmes e vontade de vencer.

Equipe

Gabriel destaca a organização interna como um dos pilares do projeto: “Estou há pouco mais de um mês no clube e já conseguimos estruturar todos os departamentos. O IAC funciona com base em profissionais qualificados em todas as frentes”, diz. Ele também enfatiza o papel da prefeitura e da população. “Itaquá estava carente de esporte de alto rendimento. Hoje, a cidade se reencontra com o futebol.”

Com 35 anos de experiência em comissões técnicas e passagens como treinador, o diretor de futebol Sérgio Alexandre reforça que não teria aceitado o convite se não acreditasse no projeto. “O que me fez vir foi justamente a proposta séria, com metas e estrutura. Isso aqui tem tudo pra se tornar uma referência no estado”, afirma. Sérgio acompanha todo o processo: desde a captação de jogadores até o planejamento das categorias.

Marcaram história

O treinador Fabrício Madeira comandou a equipe Sub-20 até às quartas de final do Campeonato Paulista, feito histórico para um clube que está disputando a sua primeira competição. Para ele, o impacto social do projeto foi o que mais lhe chamou atenção quando foi convidado a trabalhar no IAC.

“Aqui não se fala só de futebol. A gente trabalha a formação de caráter, ensina valores para a vida. Isso é encantador”, diz. Com passagens como jogador e treinador pelo Espírito Santo e pela Grande SP, Fabrício afirma que nunca viu um projeto tão bem planejado como o do IAC. “A maioria dos clubes primeiro inventa um time e depois tenta criar estrutura. Aqui foi o contrário: montaram a estrutura primeiro, depois vieram os times.”

No último dia 3, o IAC comunicou o desligamento de Madeira. “O encerramento deste ciclo representa um capítulo de grande importância na história do clube, marcado pela conquista da vaga nas quartas de final do Paulista Série B 2025.”

O volante Guilherme Silva, de 19 anos, também marcou história como capitão do time durante a disputa do Sub-20. Natural de Diadema, o jogador já passou por Corinthians, Santos, Santo André, Goiás e Coritiba antes de chegar ao IAC. “Aqui encontrei um ambiente de verdade, onde me sinto valorizado”, conta. Seu objetivo é claro: “Quero ser profissional, ajudar minha família e honrar quem acreditou em mim”.

Por conta do desempenho do jogador no Paulista Sub-20, ele foi vendido ao Criciúma E.C., de Santa Catarina.

Apoio

Os patrocinadores também têm papel fundamental nessa engrenagem. Todas as empresas que investem no IAC são de Itaquá. “É bom frisar isso: são pessoas que geram emprego aqui e reinvestem na cidade. Sem eles, não seria possível manter o projeto funcionando em alto nível”, destaca o presidente, fazendo questão de citar nominalmente as empresas RedFit, Supersonic, Plena Saúde, Siva, Comercial Esperança, Nutrino, Ivy e Toledo Ambiental.

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